EDM e Karpower planeiam instalar Central Eléctrica flutuante com impacto ambiental catastrófico para Maputo

EDM e Karpower planeiam instalar Central Eléctrica flutuante com impacto ambiental catastrófico para Maputo

A Electricidade de Moçambique (EDM) e a empresa privada turca Karpower pretendem construir um navio-usina (Central Eléctrica Flutuante) para produção de energia eléctrica, gerada por uma das fontes energéticas mais poluentes do mundo, o fuelóleo. A tornar-se real, o projecto pode comprometer a vida humana e marinha em toda a extensão da província de Maputo.  

Segundo o portal Zitamar, a Central Eléctrica Flutuante terá a capacidade para a produzir 415 megawatts de energia e vai estar ancorada ao Porto de Maputo/Matola.

Essa quantidade de energia representa “quase 50% de todas a energia eléctrica instalada para os 30 milhões de cidadãos moçambicanos”, refere um documento que deu entrada na nossa redação.

“O plano é que a central seja alimentada por fuelóleo pesado (HFO) durante pelo menos três anos, mudando para gás natural liquefeito (GNL) após o arranque da produção de gás em Moçambique. O projecto incluirá a construção de uma linha de transmissão de 4 km que ligará a central eléctrica à subestação da Matola”, escreve o Zitamar.

O documento, que também cita o portal, avança que o fuelóleo pesado é das fontes mais poluentes e sujas usadas para produzir energia eléctrica cujo uso é proibido na Europa. Trata-se da parte descartada do crude depois de refinado para a extracção, entre outros, de gasolina, gasóleo e querosene (petróleo de iluminação).

“O HFO é, portanto, literalmente o produto residual da indústria de refinação de petróleo bruto e contém todos os piores compostos químicos deste processo, tornando o HFO uma substância altamente densa e viscosa, tóxica e nociva, com impacto totalmente negativo para a saúde”, explica o documento.

Neste sentido, “tal acordo obrigaria Moçambique, e em particular a província de Maputo/Matola, a pagar um preço ambiental inaceitavelmente elevado”, lê-se.

Entre as consequências destacam-se a poluição atmosférica, que se pode traduzir em casos associados de cancro e asma; perda da vida aquática devido ao despejo/descarte de águas quentes; Poluição sonora à superfície e submarina; Emissões extremamente elevadas de gases com efeito de estufa; e a possibilidade de derrame do fuelóleo o que seria catastrófico para toda a vida marinha na baía de Maputo.

No entanto, a EDM e a Karpower já conduzem um projecto com fuelóleo pesado em Nacala, na província de Nampula. É, segundo o Zitamar, uma central eléctrica flutuante com de 110MW, em funcionamento desde 2016. Promessas da Karpower estabeleciam 2019 como o ano de mudança daquele fóssil para GNL, ‘mas até agora isto ainda não se concretizou”.

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