“Preço da gasolina podia ser mais elevado”, diz Adriano Maleiane

O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse, esta quinta-feira, que o preço da gasolina em Moçambique poderia ser mais elevado, sete meticais acima do preço em vigor.

Maleiane falava durante uma sessão na Assembleia da República, tendo explicado que o aumento não foi mais elevado porque é preciso “fazer as coisas de forma gradual”.

O aumento podia ter sido maior, mas não foi, porque é preciso “fazer as coisas de forma gradual até estarmos de novo na fórmula e funcionar como tínhamos combinado”, entre Governo e gasolineiras, disse Maleiane

Actualmente o preço da gasolina é de 69 meticais por litro, e, segundo o ministro, sem o esforço do Governo para amenizar a situação, poderia ser sete meticais mais caro, ou seja, 75 meticais por litro.

Neste sentido, os preços dos derivados do petróleo em vigor mantêm-se abaixo do que as regras de cálculos preveem, e ordenados pela lei.

A regra de cálculo tem em conta o preço do barril de crude e a taxa de câmbio do metical, prevendo actualizações sempre que há variações superiores a três porcento.

Maleiane recordou que há um ano que não se realizam ajustes nos preços de derivados de petróleo, devido aos prejuízos causados pela pandemia. No entender do Governo, era fundamental “não agravar mais o custo de vida”.

Entretanto, “já não havia como aguentar, senão corríamos o risco de não termos combustível e tudo estaria parado”. Por isto, justificou, tomaram-se as devidas precauções “de não repercutir a 100% o que a fórmula diz”.

Em Moçambique, todo o combustível é importado e representa em média uma factura de 850 milhões de dólares por ano, explicou Maleiane. Tendo em conta que o país exporta anualmente 1,3 mil milhões de produtos tradicionais (excluindo minerais e metais), o ministro salientou que “66% das exportações [tradicionais] é para comprar combustível”.

Na última semana, a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) anunciou a subida dos preços dos produtos petrolíferos no país entre 7% a 22%, reflectindo a subida do preço do barril de crude.

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