O mundo despede-se hoje de Desmond Tutu

O mundo despede-se hoje de Desmond Tutu

O funeral de Desmond Tutu realiza-se, este sábado, na África do Sul. O Arcebispo sul africano, e Nobel da paz, teve honras de Estado, e contou com a presença de muitas individualidades mundiais.

Além do combate da sua vida contra o apartheid, ao lado de Nelson Mandela, Timor-leste, o Saara Ocidental e a antiga Birmânia foram outras lutas apoiadas por Desmond Tutu, como realça o advogado e activista dos direitos humanos na África do Sul, José Nascimento, citada pela Lusa.

O corpo do líder religioso esteve em câmara ardente nesta cidade da África do Sul desde quinta-feira, depois de as autoridades terem antecipado o acto, previsto inicialmente para sexta-feira, na expectativa de que um grande número de pessoas pretendesse homenagear o arcebispo naquela que foi a sua catedral, a Catedral de São Jorge.

Conforme a vontade expressa por Desmond Tutu, o acto de hoje não contará com os habituais “elementos cerimoniais” das Forças Armadas sul-africanas característicos dos funerais de Estado, limitando-se à apresentação da bandeira nacional à viúva do arcebispo, Nomalizo Leah Tutu.

De acordo com os desejos de Desmond Tutu, o seu corpo será cremado e as suas cinzas colocadas na catedral, um símbolo da democracia no País conhecido como a “catedral do povo” durante o regime racista do ‘apartheid’, que governou desde 1948 até ao início dos anos 90 na África do Sul.

Prémio Nobel da Paz em 1984 pela sua luta contra a brutal opressão do ‘apartheid’, Desmond Tutu é considerado uma das figuras-chave da história contemporânea da África do Sul.

A sua carreira foi marcada por uma constante defesa dos direitos humanos, algo que o levou a distanciar-se em numerosas ocasiões da hierarquia eclesiástica para defender abertamente posições como os direitos dos homossexuais ou a eutanásia.

Após o fim do ‘apartheid’ em 1994, quando a África do Sul se tornou uma democracia, Tutu presidiu à Comissão Verdade e Reconciliação, instituição que documentou as atrocidades durante o regime de segregação racial e procurou promover a reconciliação nacional.

Tutu, um teólogo venerado mundialmente, activista anti-apartheid e vencedor do Prémio Nobel da Paz, em 1984, faleceu a 26 de dezembro.

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