Guebuza quer levantar ‘poeira’ no Tribunal “BO”, a todo o custo

O ex-presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, foi arrolado como declarante no caso das Dívidas Ocultas. Ele será o último a ser ouvido pelo juiz da causa, Efigénio Baptista, na próxima quinta-feira, 17 de Fevereiro.

Na qualidade de membro do Conselho de Estado, Armando Guebuza goza do privilégio de escolher comparecer ou não no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Ainda assim, continua com o dever de apresentar as suas declarações.

A sua audição poderia decorrer no seu escritório, ou por escrito, como o fez aquando da instrução preparatória do processo.

Avança a imprensa nacional que o ex-presidente recusou uma tentativa judicial de abortar a sua comparência na tenda da BO, onde está instalada a sala de audições do Tribunal. Entre os argumentos constava o facto de ser membro do Conselho de Estado e pai de um dos réus, Armando Ndambi Guebuza. No entanto, Guebuza (pai) quer apresentar as suas declarações perante os homens de direito e de todos os holofotes da imprensa, que realizam a transmissões em directo.

É aqui onde a vassoura começa a trabalhar. Depois de tantas vozes indiciarem o envolvimento de Armando Guebuza no caso das Dívidas não Declaradas até à garganta, eis a única oportunidade onde muita coisa pode ficar esclarecida e até vir à tona.

As dívidas em causa, de mais de 2,2 mil milhões de dólares, foram contraídas durante a governação Guebuza, a favor das empresas Mozambique Asset Management (MAM), Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), e ProIndicus – supostamente para a defesa da costa moçambicana.

Recorde-se que o ex-presidente da República de Moçambique tinha sido retirado da lista de declarantes por não haver, nas suas contas, indícios de recebimento de dinheiro enviado pela Privinvest.

As Dívidas Ocultas foram contraídas entre 2013 e 2014. É a maior fraude financeira de Moçambique, que prejudicou a nação e a imagem do país. O esquema tem como “cabeças” altos funcionários do Estado, dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) e trabalhadores de bancos estrangeiros, como o Credit Suisse e VTB da Rússia.

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