A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), maior organização empresarial do país, considerou esta terça-feira que a reconquista de áreas ocupadas pelos grupos armados em Cabo Delgado abre “perspectivas positivas” para as empresas e economia do país.
“As perspectivas positivas do sector privado têm alicerce, essencialmente, no retorno das actividades empresariais e dos projetos ora suspensos devido aos ataques terroristas, com realce para o projecto da Total Energy”, refere a CTA, em comunicado.
Aquela organização assume que a victória sobre os grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte do país, vai resultar no reatamento do projecto de gás da multinacional francesa Total Energy — o maior investimento privado em África — e na reactivação de contratos com empresas moçambicanas que prestam bens e serviços ao empreendimento.
A CTA assinala que a retoma do projeto poderá constituir um alívio para as pequenas e médias empresas que forneciam bens e serviços ao empreendimento petrolífero.
“De igual forma, esta situação poderá propiciar a estabilidade social decorrente do retorno da população que se encontra refugiada mitigando, deste modo, o drama humanitário que se vive”, avança o comunicado.
Devido à suspensão das actividades da Total Energy, na sequência do ataque terrorista do dia 24 de Março do presente ano, ao distrito de Palma, várias empresas foram significativamente afectadas, sobretudo aquelas que se encontravam envolvidas direta ou indirectamente neste projecto, observa aquela organização empresarial.
A CTA cita um estudo por si realizado que apontou que cerca de 288 empresas suspenderam as suas actividades nos distritos de Mocímboa da Praia e Palma, afectando um total de 23 mil postos de trabalho.
O levantamento apurou que a paralisação do projecto da Total Energy resultou na suspensão do fornecimento de mercadorias no valor de 35 milhões de dólares.
Agência Lusa