As Forças Armadas e Defesa de Moçambique (FADM) devolveram, ao Governo local, o controle da localidade de Sabe, onde se situa uma antiga base militar da RENAMO, no distrito de Morrubala, província da Zambézia.

A proeza foi possível após confrontos durante duas semanas com o grupo de malfeitores que fez refém, violou e treinou quase 300 pessoas recrutadas nas zonas próximas.

Por cerca de dois meses, os falsos Naparamas controlaram Sabe. Três companhias de foças especiais foram destacas para lidar com a invasão.

Na antiga base da RENAMO, as FADM conseguiram libertar mais de 280 mulheres que foram mantidas em cativeiro, onde até foram violadas sexualmente na presença de seus cônjuges.

“Estiveram nesta base, mais de 280 mulheres e crianças, e essas mulheres foram recrutas aqui nas povoações do posto administrativo de Sabe. E esses malfeitores já estavam a criar o mal-estar no distrito de Morrumbala, na estrada N1. Aqueles que se intitulam de que são Naparamas, mas nós como as Forças Armadas, através da contrainteligência militar, fomos dito que não eram Naparamas. São malfeitores que recrutaram crianças e jovens neste distrito de Morrumbala, como vimos lá o campo de instrução. Estiveram cá mulheres a serem violadas em frente dos seus maridos, porque essas mulheres só estiveram aqui para obrigaram, também, que seus maridos estivessem na base. Outrora a base pertencia às extintas forças da RENAMO” disse o Brigadeiro das FADM, Bernardo Ntchokomala.

O Brigadeiro assegurou que a localidade já está liberta; as pessoas foram encaminhadas às suas aldeias e povoações; e uma equipa de saúde foi solicitada para assistir às vítimas.

“Lamentamos porque algumas mulheres que saíram deram parto aqui no mato. Pedimos que o Governo distrital de Morrumbala mandasse uma equipa técnica da medicina para assistir a essas mulheres que deram parto aqui no mato” disse, notando que crianças e jovens que ali recebiam treinos adquiriram a malária.

O administrador de Morrumbala, João Nhanbessa, agradeceu a acção das FADM.

“Temos o nosso máximo respeito pelo trabalho que estão a desenvolver” disse, citado hoje pela STV.