Executados mais de 100 reclusos recapturados após evasão da Cadeia Central e da BO

Executados mais de 100 reclusos recapturados após evasão da Cadeia Central e da BO

O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) diz que foram executados mais de cem reclusos recapturados após a evasão em massa da Cadeia Centra e da Cadeia de Máxima Segurança (B.O) a 25 de Dezembro de 2024.

Segundo a Organização Não Governamental, a informação é de fontes internas que se distanciam das informações avançadas pelo Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique. Informações oficiais sobre a evasão apontam para a morte de 33 reclusos.

“Parte dessas pessoas foram enterradas em valas comuns. Isto faz com que, até hoje, os reclusos assassinados pelas forças de segurança não passem de números” escreve o CDD.

Conta a organização que os reclusos foram recapturados pelas forças de segurança, incluindo o Grupo de Operações Especiais (GOE), os militares, a Unidade de Intervenção Rápida e a Polícia de Protecção.

“Após a recaptura, esses prisioneiros foram levados para uma sala dentro da penitenciária. Foi nesse momento, entre a noite de 25 de Dezembro e a madrugada de 26 de Dezembro, que teve início o massacre. Pouco mais de 100 prisioneiros recapturados foram executados pela GOE e pela UIR, dentro da própria penitenciária” escreve o CDD.

O somatório do número total de mortes confirmadas ultrapassa 130 prisioneiros, evidenciando a brutalidade e gravidade das acções empreendidas pelas forças de segurança.

No seu Boletim sobre Direitos Humanos, a ONG refere, por outro lado, que famílias de alguns cidadãos que já estavam em reclusão naqueles estabelecimentos penitenciários aquando da evasão em massa ainda não têm informações sobre a situação dos seus parentes.

“Há famílias que ainda não sabem se os seus parentes estão vivos ou não… não têm informação sobre os parentes que se encontravam em reclusão” escreve o CDD.

No dia a seguir à evasão, algumas famílias procuraram visitar seus parentes e entregar refeições, mas foram informadas para se dirigir ao Hospital Central de Maputo (HCM).

“Lá, algumas encontraram os seus familiares feridos, enquanto outras foram direccionadas morgue, onde muitos corpos permaneciam sem identificação” avança a Organização Não Governamental.

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