Voz crítica ao sistema escapa a assassinato

Voz crítica ao sistema escapa a assassinato

O jovem teólogo e pastor, Albino Paulo Manguene, escapou a uma tentativa de assassinato na tarde de quarta-feira, na zona ‘casa branca’, no troço entre a praça dos combatentes e o entroncamento dos semáforos do ‘Expresso’ (Hulene/Laulane), arredores da cidade de Maputo.  

Ele próprio conta que foi interpelado quando caminhava com um de seus pastores assistentes de regresso a casa.

“Nós desviamos de uma rua para seguir em direcção a casa e estava já ali um carro posicionado, acredito, à nossa espera. Era um carro branco, dupla cabine, de aspecto novo, com matrícula sul-africana, Havia dois homens à frente (dentro) e dois do lado de fora do carro, com as janelas areadas. Na minha impressão estavam a fazer necessidades menores. Passei do lado direito de um dos indivíduos que me golpeou. Quando avancei alguns passos senti um golpe na cabeça com chamboco. Quando virei para perceber o que estava a acontecer notei um martelo com o qual fui agredido no pé. Fiquei assustado porque já vinha outro com um martelo maior. Coloquei-me a gritar e a tentar escapar. Foi quando subi no muro de uma residência ali perto para pedir ajuda. Mas graças à Deus, como estavam a passar pessoas por ali, eles viram a preocupação das pessoas, subiram no carro e saíram em alta em alta velocidade”, contou, referindo que quando recuperou a calma “percebi que era uma tentativa de assassinato”.

Após o ocorrido ele foi assistido em uma unidade sanitária da urbe, tendo passado por uma intervenção cirúrgica em um dos pés onde foi agredido por martelo.

Em entrevista à TV Sucesso, disse que, de acordo com os médicos, o seu estado clínico é estável.

Ele diz não ter dúvidas que a tentativa de assassinato se deve ao modo crítico com que intervém em debates na mídia.

“Sem dúvida. Não vejo outras razões e motivações. Tenho sido uma das pessoas frontais na minha crítica e sincero e honesto de mais para alguns na forma como trato algumas questões. Isso pode incomodar aos que são directamente mencionados durante as minhas abordagens”, reconheceu.

Na sua perspectiva, o atentado é uma forma de intimidação e retaliação. “Mas ao que tudo indica, a agenda era mesmo retirar a minha vida”, disse.

“Acho que ali foi a mão de Deus”, acredita.

Ele revelou ainda que, em outras ocasiões, foi alvo de intimidações e ameaças de “forma amigável, mas nunca tive uma situação idêntica à que passei hoje”.

Apesar de tudo, disse que vai continua o mesmo.

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