Adriano Maleiane, que falava hoje em declarações à agência de informação financeira Bloomberg referiu que “as assunções macroeconómicas que sustentaram as renegociações dos títulos de dívida com o comité dos credores mantêm-se inalteradas, não há razões para se antecipar esse cenário”.
Moçambique está a contar com as receitas do gás para suportar o aumento dos custos do endividamento e garantir o pagamento da dívida pública, que o Fundo Monetário Internacional prevê que chegue aos 133,6%, o terceiro rácio mais alto face ao PIB na África subsaariana.
Os cupões da dívida sobem de 5% para 9% em março de 2024, e foram reestruturados com base no calendário original de produção de gás pela TotalEnergies, que começava em 2024, mas foi adiado para, pelo menos, 2026 devido ao conflito no norte do país.
Moçambique conta agora com três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido. Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março.
Um terceiro projeto quase concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante que vai captar e processar o gás para exportação, diretamente no mar, com arranque marcado para 2022.
O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).