O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou, na sexta-feira, que a recuperação económica da África do Sul continua frágil e espera-se que o crescimento se mantenha abaixo dos 2% a médio prazo devido à incerteza política, à elevada dívida pública e aos constrangimentos ao investimento.

“A recuperação económica é considerada frágil, uma vez que foi acompanhada por um agravamento do desemprego, empréstimos bancários fracos ao sector privado e investimento privado anémico. Apesar do relançamento do crescimento, a pobreza e a desigualdade não mostraram sinais de melhoria”, disse o FMI.

Numa nota emitida no final das discussões com a África do Sul, o FMI afirmou que a recuperação do país da pandemia da covid-19 tinha sido mais rápida do que o esperado, mas que a sua durabilidade continuava incerta.

Pelo contrário, a África do Sul respondeu dizendo que era “um pouco mais optimista” do que o FMI sobre as perspectivas de crescimento a médio prazo, vendo uma recuperação gradual do investimento e da confiança.

O Tesouro Nacional sul-africano disse também que estava empenhado em colocar a dívida pública numa trajectória descendente e em reduzir os défices orçamentais.

O FMI prevê um crescimento económico da África do Sul de 1,9% em 2022, após uma recuperação estimada em 4,6% em 2021, mas vê a médio prazo uma diminuição para 1,4%.

Os directores do FMI elogiaram o Governo sul-africano por uma resposta política forte à pandemia, mas delinearam uma variedade de áreas que requerem melhorias.

O próximo orçamento de 23 de Fevereiro constituiu uma oportunidade para medidas concretas para conter os salários do sector público, racionalizar os salvamentos de empresas estatais, as despesas fiscais e orientar melhor os subsídios à educação.