O que esperar da economia africana em 2022?

O que esperar da economia africana em 2022?

A crise causada pela pandemia, tensões políticas e as dívidas externas que muitos países africanos enfrentam, incluindo Moçambique, terá como é obvio, atrasado o crescimento das economias africanas no ano que acaba de findar.

E o 2022, como será?

De acordo as previsões da Unidade de Inteligência Económica, The Economist, sediado em Londres, a maioria das economias da África Subsaariana verá uma recuperação económica acelerada em 2022, “embora também enfrentem uma série de fatores que podem eventualmente desacelerar o crescimento esperado”

Em termos específicos, espera-se que a pandemia causada pela Covid-19 possa vir a ser um obstáculo ao aumento do comércio e dos investimentos estrangeiro na região. Essa previsão poderá ocorrer se os níveis de vacinação continuar lentos nos países africanos.

“A continuidade dos negócios, as perspetivas de investimento e a geração de receita podem ser prejudicadas por ondas sucessivas de infeção e pelo refluxo e refluxo das medidas de contenção, incluindo prolongadas restrições a viagens internacionais”, referem os especialistas do The Economist.

Outra tendência económica que deve ser esperada em 2022, segundo os analistas, é a pressão causada pelas taxas de câmbio e reembolsos da dívida externa.

O ano passado, 2021, tinha sido marcado por uma série de propostas feitas por diversos atores globais e africanos sobre o alívio da divida externa africana.

Para este ano, espera-se que o câmbio e a pressão da dívida, assim como debates e propostas para a sua reestruturação, assim como, ao pagamento do serviço da dívida, continuem de primeira atualidade.

Além disso, a tensão política e os conflitos continuarão a ser uma questão importante para os países africanos em 2022.

Como se sabe, já existem muitos pontos críticos de conflito no continente, incluindo a Etiópia, que se desestabiliza gradualmente em 2021.

Mas há também boas perspectivas para o novo ano que inicie, sobretudo no comercio, no digital, entre outros ramos.

Espera-se não só um aumento nos preços das matérias-primas em 2022, mas também que a transformação digital das economias da região continue a um ritmo elevado, avançam os analistas.

Dependendo diretamente do evoluir da pandemia e das campanhas de vacinação, é provável que as viagens e o turismo recuperem este ano (2022).

Ainda segundo a fonte que  temos estado a citar, o aumento dos preços das matérias-primas deve acentuar-se em 2022 e proporcionará mais um ano de forte desempenho por parte dos produtores e comerciantes africanos de matérias-primas.

Isso é um bom presságio para as receitas corporativas e os preços das ações entre os produtores africanos de energia, metais, outras matérias-primas e alimentos.

Pensa-se também que a transformação digital dos mercados de bens e serviços e cadeias de abastecimento africanos continuarão a desenvolverem-se em 2022, e a região adotará novas tecnologias, embora o investimento em infraestrutura, juntamente com educação e a formação, sejam crucias para alavancar a revolução digital africana.

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