MPMEs desafiadas a apostar na capacitação para atenderem à demanda das indústrias

MPMEs desafiadas a apostar na capacitação para atenderem à demanda das indústrias

As Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME’s) em Moçambique devem apostar na formação técnica do seu capital humano para estarem mais bem preparadas ao responderem aos desafios impostos pelo sector industrial.

Esta posição foi defendida por três painelistas de instituição promotoras e defensoras das MPME’s que participaram, na terça-feira, em Marracuene, da primeira  de quatro rondas de debates sobre “conteúdo local” promovidas pela Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), à margem da Feira Internacional de Maputo (FACIM).

O primeiro debate abordou as oportunidades de crescimento das MPME’s no sector industrial. Na ocasião, Paulo Chibanga, da Associação Industrial de Moçambique (AIMO), Feito Tudo Male, da Associação das Pequenas e Média Empresas de Moçambique (APME), e Cármen Liasse, do Instituto Nacional do Petróleo, foram unânimes ao afirmar que um dos maiores desafios actuais das PME’s é a qualidade de serviços prestados.

“Na maioria das oportunidades que existem nos mega-projectos as exigências são certificadas. [Requer] uma mão-de-obra técnica, qualificada, o que significa que tem de saber fazer”, disse, o representante da APME, reconhecendo o papel da MPDC na criação de elo entre as empresas e os grande projectos.

Feito Tudo Male também revelou que a APME já assinou memorandos com algumas instituições para capacitar as PME’s sempre em função da sua área de actividade e das exigências dos mega-projectos.

Por seu lado, Paulo Chibanga referiu que a AIMO, mantém, frequentemente, encontros com as empresa do sector industrial para estar a par dos progressos e novas exigências e assim levar essa informação às PME’s.

“Actualmente, estamos a trabalhar na certificação, porque a realidade mostra que as empresas já estão a prestar serviços, mas falta-lhes a certificação.  É este tipo de documento que permite participar dos grandes projectos”, referiu, frisando que “um dos primeiros requisitos é certificar os colaboradores e só depois as empresas”.

O responsável também repisou o facto de a AIMO ter ao seu dispor condições para fornecer mentoria e capacitar as MPME’s em matérias que constituam lacunas nas empresas ou exigências dos grandes projectos.

Um outro factor “impeditivo” para o enquadramento das MPME’s no sector industrial é o desconhecimento dos focos de existência de oportunidades, que, aos poucos, vêm sendo desvendada pela MPDC.

Sobre esse aspecto, Cármem Liasse disse que o Governo, através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia e do INP, realiza, desde 2018, Seminários de Oportunidades Locais (SOL) para revelar onde se podem encontrar as oportunidades do sector industrial.

“O último evento que realizámos decorreu em Pemba, para o Coral FNLG. É através desse canal que temos conseguido divulgar as oportunidades, mas também através do grupo multissectorial de conteúdo local que realiza encontros mensais com o sector privado”, disse.

A responsável constatou que esse grupo de instituições do Governo em permanente diálogo com o sector privado não divulga apenas  oportunidades de trabalho, mas também discute estratégias de abordagem do sector industrial.

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