MISA Moçambique condena apatia do PR face às violações da liberdade de imprensa

MISA Moçambique condena apatia do PR face às violações da liberdade de imprensa

O MISA Moçambique condena a inacção do Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, face às recorrentes violações da liberdade de imprensa por parte dos seus seguranças.

Este posicionamento segue-se na mais recente repreensão a um jornalista da rádio comunitária Parapato, de Angoche, na província de Nampula. Ele foi impedido, por um segurança presidencial, de transmitir a cerimónia do Eid ul-Fitr, que marcou o fim do Ramadão, com a participação do PR, tudo por que estava a fazer a transmissão do evento através do Facebook com recurso a um telemóvel.

O jornalista, devidamente credenciado, já tinha sido abordado uma primeira vez, por um membro da comissão organizadora, sobre a proibição de uso de telemóvel como recurso de mídia em eventos onde o PR se faz presente. Contudo, ele explicou que assim procedia por não ter camaras profissionais.

“O MISA Moçambique está profundamente preocupado com a atitude da segurança do presidente da República, não apenas por esta ser uma flagrante violação da liberdade de imprensa e do direito à informação, mas também pela qualidade dos seus protagonistas. Aliás, além dos guardas presidenciais, o MISA também está preocupado com a inacção do presidente da República face a esta e outras violações da liberdade de imprensa e do direito à informação protagonizadas pelos seus seguranças”, lê-se.

Em um comunicado, a instituição recorda que a guarda presidencial vem mantendo essa postura intimidatória há já algum tempo, como o caso de Setembro de 2023, onde foi agredido um jornalista desportivo.

“O motivo da agressão foi o mesmo que, na semana passada, levou à interrupção da transmissão da Rádio Parapato: o uso de telemóvel. O MISA não entende como é que, em plena terceira década do século XXI, ainda haja guardas presidenciais que não entendem os efeitos dos desenvolvimentos tecnológicos sobre o jornalismo e, pior, que haja presidentes que ficam indiferentes com violações de baixa categoria. O MISA toma a oportunidade para lembrar que, nos dias que correm, de alto progresso técnico e tecnológico, o telemóvel deixou de ser um mero instrumento de comunicação interpessoal”, informa o MISA Moçambique.

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