O consórcio SACOM vai receber do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME) 3,1 mil milhões de meticais para serviços de controle de qualidade de combustíveis, na cadeia de distribuição e nos postos de abastecimento.

Segundo o semanário Canal de Moçambique, o beneficiário da adjudicação, a SACOM/ “Authentix”, é formado pelos americanos da Authentix e alguns lobistas moçambicanos.

Refere a publicação que tal não constitui uma surpresa, uma vez que no passado, em Junho de 2020, endossou um concurso internacional adjudicado pelo mesmo ministério, no valor de 2,5 mil milhões de meticais. Nota a publicação que, originalmente, o valor do concurso era de 1,5 mil milhões de meticais, mas, posteriormente, sofreu um agravo de mil milhões de meticais.

O Estado poderá, no total, drenar 5,6 mil milhões de meticais para a SACOM/“Authentix”.

O concurso de 2020, segundo o jornal, esteve enviesado de vícios, tendo até sido anulado pelo Tribunal Administrativo em Junho de 2021, mas o Ministério decidiu, ainda assim, prosseguir com a adjudicação, em Novembro de 2021.

Na verdade, a polémica de lobismos nos meandros daquele ministério surge porque a SACOM/“Authentix” demonstrou ter influências mais pesadas no Governo do que empresa SICPA, de cidadãos suíços. Esta é a empresa que fazia as marcações, mas também funcionava no ministério com base em lóbis, segundo a publicação.

A SICPA tentou travar aquela adjudicação de Junho de 2020 no TA, mas em vão, apesar de ter apresentado provas suficientes de imparcialidade no concurso.

O concurso foi declarado nulo por vício de imparcialidade pelo facto de o Ministério dos Recursos Minerais e Energia ter entregue à SICPA modelos de documentos do concurso diferentes dos que entregou aos que venceram o concurso, ou seja, à SACOM/“Authentix”.

Já antes do lançamento do concurso, o Canal de Moçambique recorda que, em uma de suas edições, adiantou a informação sobre quem seria o vencedor do concurso de Junho de 2022.

O concurso envolvia outras empresas, e no auge da polémica e aquele semanário investigava o assunto as suas instalações foram incendiadas, em Agosto de 2020.