Jovem assassina esposa por abortar gravidez sem seu consentimento

Jovem assassina esposa por abortar gravidez sem seu consentimento

Um jovem de 24 anos, cobrador de transporte semi-colectivivo de passageiros, é acusado de ter espancado a sua esposa até à morte, no bairro de Muatala, arredores da cidade de Nampula, alegadamente, porque a vítima teria abortado uma gravidez de um mês sem seu consentimento .

A Polícia da República de Moçambique (PRM) recolheu o indiciado para as suas celas, onde espera que trâmites subsequentes conduzam a sua responsabilização.

A situação semeou angústia e pavor no seio da população do bairro de Muatala, que diz ter recebido a informação com muita tristeza.

“Esse jovem, quando se casou com essa senhora mais velha do que ele, nós sabíamos que alguma coisa não iria correr bem. No nosso entender, o jovem queria refugiar-se, por isso quis ter um filho com ela para garantir a sua estadia na casa da esposa. Não se justifica matar a sua mulher por causa de abortar”, comenta Elisa Carlos, vizinha do casal.

“Tudo se conversa, e porque a casa onde eles viviam era da esposa, ele estava inseguro. Ele encontrou a vítima já com muitos filhos, e queria ter seus filhos com ela”, disse.

Um outro vizinho comentou, quando entrevistado pelo Ikweli, que “o jovem tinha planos há muito tempo. Por ser alguém sem escolaridade, pensava que ao tirar a vida da sua esposa ficaria com tudo, até as machambas que eles tinham”.

O indiciado diz que não era sua intenção assassinar a finada, mas apenas procurava obter uma explicação sobre as razões que fizeram com que a mesma abortasse a gravidez.

A briga que resultou na morte da malograda ocorreu no sábado, quando o assassino voltou para casa, após sumir em reivindicação da grávida abortada.

“Na sexta-feira passada eu quis sair de casa e fiquei lá onde eu estava, voltei no sábado e quando cheguei em casa ela pergunta-me onde eu tinha dormido, mas eu lhe respondi que estava na casa do meu pai e dali ela chamou-me para o quarto e disse que a machamba e tudo que eu tenho contigo, se queres separar, não vai levar nada. Dali eu disse sim, mas como lá dentro tinha metade de saco de cimento, eu disse que vou levar e ela veio com faca e começou a criar confusão. Dali começamos a lutar e ela caiu e levei-lhe no hospital e morreu, por isso que estou aqui. Assim estou muito arrependido”, contou.

Nilza Chaúque, porta-voz da PRM em Nampula não tem dúvidas que o motivo do assassinato é mesmo o aborto, mas entende que a vítima queria, apenas, dedicar-se a educação dos seus 4 filhos.

O indiciado foi apresentado no habitual briefing semanal com a imprensa, juntamente com outros cinco indiciados de fornecer e traficar drogas, sobretudo a heroína. Este grupo arrendava uma casa na zona militar, nos arredores da cidade de Nampula.

Destas cincos bocas de fumo, o chefe do grupo, de 50 anos de idade e natural da cidade da Beira, fez saber que está há mais de cinco anos a viver na província de Nampula, onde se dedica a estas práticas ilegais.

“Eu costumo comprar esta droga na rotunda do aeroporto, e cada bolinha vendia a 100,00Mt (cem meticais). Não sei de onde vem e eu também fico preocupado onde passa essa droga até chegar a nossa mão”, disse o acusado. (Texo: Jornal Ikweli)

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