A delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) que visitou Moçambique, este mês, mostrou-se satisfeita pelas políticas de gestão económica implementadas no país num ambiente de fortes abalos decorrentes da covid-19.

“A economia moçambicana está a recuperar de uma forte contracção, após vários anos de choques económicos…. e, trata-se, entretanto, de uma recuperação modesta”, disse o chefe do corpo técnico do FMI, Álvaro Piris, citado em comunicado.

Segundo o responsável, depois da contracção verificada no ano passado, a economia demonstrou sinais de recuperação em 2021, e assim, espera-se um crescimento de 2,2%.

“O crescimento robusto na agricultura e mineração foi complementado por uma recuperação modesta nos serviços à medida que as restrições relacionadas ao covid foram atenuadas. Factores sazonais, restrições da cadeia de abastecimento e aumentos internacionais de preços de alimentos e combustíveis levaram a inflação a subir para 6,8 % ano a ano, em Novembro, permanecendo dentro da meta do Banco de Moçambique de menos de dez por cento”, salientou.

A fragilização da economia deveu-se igualmente à crise humanitária que se vive em Cabo Delgado causada pelo terrorismo islâmico, frisou Piris.

O responsável sugere que medidas fiscais sejam aplicadas na gestão da dívida publica e às restrições de financiamento sobre o país.

Piris observou que “as perspectivas de longo prazo são moldadas pela produção de GNL (Gás Natural Liquefeito), com riscos de queda. O crescimento deverá aumentar ainda mais em 2022, reflectindo uma recuperação mais ampla da economia não baseada no GNL. No longo prazo, o crescimento não relacionado ao GNL é projectado em 4 por cento”.

O líder da equipe também revelou que o FMI vai entrar em discussões com o Governo para apoiar seu programa com uma Linha de Crédito Estendida.