Os jogadores da Selecção Nacional de futebol, o Mambas, vão receber hoje, na África do sul, o Pocket Money (ajuda de custo), segundo garantias do vice-Presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Gervásio de Jesus.
O combinado nacional boicotou sessões de treinos em dois dias, em Joanesburgo, devido às condições do campo onde treinavam e pela falta de pagamento do valor de ajuda de custos, calculado em três mil dólares para cada jogador.
“Não é o problema de não existir [dinheiro], porque a federação não vai pagar. Não é nada disso. Isto é mentira. E [os jogadores] sabem perfeitamente que dia 05, que é hoje, vão receber. Isso está assegurado. Temos equipas [técnicas] que vão estar lá presentes”, incluindo o Presidente da FMF, Feizal Sidat, garantiu.
O responsável explicou que o valor para pagar os jogadores já existia, tendo, entretanto, havido atrasos na tramitação dos processos. Ele procurava consertar, assim, a percepção mediatizada sobre o boicote de 31 de Dezembro, referindo-a como uma “reclamação pontual”.
“Houve um acordo. Nós tratamos assuntos com base em diálogos. Não há greves e nem cadernos reivindicativos. Eu acho que deveria haver ali um pouco mais de paciência porque é um problema de atraso no desembolso. Há uma tramitação. Não é de um momento para outro que a federação sai daqui com um saco de cem mil dólares em mão. Há procedimentos do sistema financeiro que têm de ser observados, caso contrário a própria federação estaria a incorrer numa situação criminosa”, explicou.
Ele falava em entrevista à Rádio Moçambique, hoje, em Maputo, tendo afirmado que a actual gestão da FMF não tem dívidas para com os jogadores, incluindo em termos de premiação, que, aliás, “melhorou bastante”.
“Eu entendo a impaciência dos próprios jogadores, por causa do Pocket Money, porque se estava nas vésperas das festas de fim-de-ano. Mas era apenas uma questão de ter paciência”, disse.
O vice-Presidente, revelou que a FMF trabalhou com orçamentos reduzidos para garantir a qualificação ao CAN 2024, tendo reconhecido, entretanto, que a situação financeira do país vai de mal a pior.
Gervásio de Jesus disse estarem a decorrer esforços junto de parceiros da sociedade civil e com o envolvimento do Governo para garantir uma participação condigna da selecção no CAN.
Ele garantiu estarem já criadas todas as condições para que a participação dos Mambas seja das melhores no CAN 2024, a começar pela realização do pré-estágio em Joanesburgo, na África do sul.
“O custo global dessa campanha para o CAN ascende a aproximadamente um milhão de dólares, que não é nada fácil encontrar no mercado moçambicano. Há aqui comparticipação directa de alguns parceiros que assumem a responsabilidade de custear certos itens da própria planilha da nossa participação no CAN. Este todo apoio é bem-vindo”, revelou.
Os Mambas já realizaram um primeiro jogo de avaliação, na quarta-feira (03.01) diante dos Jomo Cosmos da África do Sul, tendo vencido por (6-1). O conjunto moçambicano deverá ainda realizar dois jogos, diante da selecção do Lesotho (sábado, 06.01) e do Botsuana (segunda-feira, 08.01), antes de partirem para o palco do CAN 2024, na terça-feira, 09 Janeiro.
O CAN deste ano realiza-se em Abidjan, na Costa do Marfim, entre 13 de Janeiro e 11 de Fevereiro. Moçambique terá pela frente, no grupo ‘B’, as selecções do Egipto, Gana e Cabo Verde.
O responsável da FMF reconheceu que Moçambique tem a selecção menos favorita do grupo, mas destacou que o compromisso é mudar o paradigma.
A FMF diz que a decisão de transmissão dos jogos dos Mambas está dependente da Televisão de Moçambique. Numa carta da estação emissora enviada ao Ministério da Economia e Finanças, a qual o MZNews teve acesso, a TVM solicita o apoio financeiro de 400 mil dólares para transmitir os jogos do combinado nacional.
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