Esta concluído o pacote de empréstimo para financiar a maior Central Elétrica construída em Moçambique após independência, anunciou a Corporação Financeira Internacional (IFC), membro do Banco Mundial.
Para tal a “IFC assinou um pacote de dívida de 494 milhões de dólares para a Central de Temane”, lê-se em comunicado daquela entidade citado pela Lusa.
O empreendimento vai ser abastecido por gás natural em exploração há vários anos nas jazidas de Inhambane, Sul do País, mas que tem sido canalizado sobretudo para a África do Sul.
Com uma capacidade de 450 megawatt, o investimento em Temane é justificado pela IFC como “crítico” para apoiar o “acesso à electricidade” num País onde só cerca de 10 dos 30 milhões de habitantes recebem energia.
“O projecto demonstra um esforço integrado e bem coordenado para alavancar os recursos do Grupo Banco Mundial com uma abordagem de ‘cascata’, ou seja, de envolvimento conjunto de parceiros”, lê-se no mesmo documento.
Segue-se o cumprimento de cláusulas para desembolso num empreendimento “de construção exigente, num contexto macroeconómico e sectorial altamente desafiador”, acrescenta.
O IFC empresta 100 milhões de dólares, enquanto a Corporação Financeira dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (DFC) e o fundo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) entram lado a lado no projecto com empréstimos paralelos de 241 milhões de dólares.
O fundo Emerging Africa Infrastructure, que junta entidades do Banco Mundial e alguns países, e o banco de desenvolvimento holandês FMO entram com uma outra parcela de 76,5 milhões de dólares. O pacote de 494 milhões de dólares fica fechado com outros empréstimos e instrumentos financeiros da IFC no valor de 77 milhões de dólares.
O Projeto da Central Elétrica de Temane é propriedade da empresa Globeleq (64,6%), da Electricidade de Moçambique (EDM) (20,4%) e da petrolífera estatal sul-africana Sasol(15%) que explora as jazidas de gás de Temane.
O consórcio vai construir a central e ficará com a respectiva concessão durante 25 anos, vendendo a electricidade à EDM.
O projecto inclui também uma linha de transmissão de 25 quilómetros (400KV) que será operada por uma subsidiária da EDM, que está ainda a desenvolver e construir uma nova linha de transmissão de 563 quilómetros até Maputo, financiada por outra instituição do Banco Mundial, a Associação de Desenvolvimento Internacional (IDA).
Fonte: Lusa