Empreiteiros denunciam corrupção na adjudicação de obras milionárias para construção de estradas na Matola

Empreiteiros denunciam corrupção na adjudicação de obras milionárias para construção de estradas na Matola

A Federação Moçambicana de Empreiteiros (FME) exige a responsabilização criminal e disciplinar de funcionários públicos e empresa chinesa envolvidos em esquemas de corrupção para a adjudicação de obras de construção de estradas na Matola, avaliadas em 250 milhões de dólares.

A agremiação denunciou, hoje, em Maputo, a existência de empresas estrangeiras a operar em Moçambique E que, no decurso de concursos públicos, omitem preços dos custos operacionais para se posicionarem com valores mais baixos entre os concorrentes e assim  ganharem os projectos ou adjudicações.

O presidente dos empreiteiros moçambicanos, Bento Machaila, fez a denúncia em reação à suspensão, pelo Gabinete Central de Combate à Corrupção, de um processo de adjudicação de contrato para construção de estradas na Matola.

Suspeita-se que tenha havido violação das normas de contratação pública para as adjudicações do projecto de Mobilidade Urbana na Área Metropolitana de Maputo. Uma empresa chinesa estava a cargo das obras.

Ele clarificou que a FME não está contra a presença de empresas estrangeiras no país, incluindo chinesas. A maior preocupação é com o incumprimento dos requisitos das regras de contratação e possíveis favorecimentos nos processos.

“A sua prevalência, cada vez mais acentuada, está a eliminar a concorrência, empurrando as empresas nacionais para o encerramento das suas actividades, levando consigo milhares de trabalhadores ao desemprego”, disse, citado pela Rádio Moçambique.

Ele revelou que correm processos contra empresas chinesas em conluio com o caso, incluindo uma funcionária do Ministério dos Transportes e Comunicações, que interferiram no processo sem fazerem parte do júri.

Os empreiteiros exigem pronunciamento do Ministério dos Transportes e Comunicações e do Banco Mundial, na qualidade de entidade promotora do concurso e do financiador do projecto, respectivamente.

“A FME solicitará, junto destas duas instituições, a responsabilização dos funcionários assim como informações dos passos que serão dados para evitar que no futuro situações similares não ocorram nos processos de contratação”, prometeu.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.