Conflito em Cabo Delgado pode comprometer calendário eleitoral

Conflito em Cabo Delgado pode comprometer calendário eleitoral

O Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA), na sigla em inglês, alerta para o risco de o conflito armado em Cabo Delgado e a falta de orçamento comprometerem o calendário do próximo ciclo eleitoral em Moçambique, que começa em 2023, com eleições autárquicas e termina em 2024, com as legislativas e presidenciais.

O chefe da missão do IDEA em Moçambique, Miguel de Brito, foi quem fez o alerta e disse que os órgãos eleitorais devem estar preparados para fazer face a esses riscos.

Ele avançou que “processos complexos como os eleitorais vão ter sempre riscos internos à própria administração eleitoral, e externos como calamidades naturais, o conflito em Cabo Delgado e falta de estradas, orçamento, etc”.

De Brito realçou que “o que é importante é que a comissão eleitoral de Moçambique esteja preparada para saber identificar esses riscos, saber monitorá-los, ver a sua evolução e ter sempre preparadas as respostas para que não seja apanhada desprevenida”.

Entretanto, o Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe, diz que a questão financeira é um dos riscos, “mas a nossa expectativa, a nossa fé, é que se vai conseguir”.

“Existem contactos com parceiros para pedir apoio, para que as eleições sejam realizáveis dentro do previsto na lei”, disse o presidente da CNE citado pela VOA.

A Comissão Nacional Eleitoral disse que existem apenas mil milhões de meticais, dos cerca de nove mil milhões necessários.

De acordo com a comissão eleitoral, só para a instalação dos órgãos de apoio e a respectiva logística, são necessários 3.2 mil milhões de meticais, dinheiro que, segundo Carlos Matsinhe, não existe.

O presidente da Comissão Nacional de Eleições, afirmou, no entanto, que tudo está a ser feito para que a falta de dinheiro não comprometa o calendário eleitoral.

A Comissão Nacional de Eleições diz estar atenta à violência armada em Cabo Delgado e está a criar condições para que as eleições decorram em todo o território moçambicano.

E o presidente do MDM, Lutero Simango, diz que o desafio do seu partido é aumentar o número de municípios sob sua gestão.

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