Com 128 mortos, Moçambique vive uma das piores crises de Direitos Humanos – CDD

Com 128 mortos, Moçambique vive uma das piores crises de Direitos Humanos – CDD

O Centro para Democracia e Desenvolvimento Humano (CDD) diz que Moçambique vive hoje uma das piores crises de Direitos Humanos, desde a amamentação da democracia multipartidária, em 1994.

O país tem vivido protestos pós-eleitorais desde 21 de Outubro passado e até hoje já foram contabilizadas mais cerca de 128 mortes, entre civis (a maioria) e agentes da polícia.

O CCD acusa o partido no poder, a Frelimo, de não encetar esforços para dialogar com o candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane, que tem convocado manifestações.

O ensaio e um diálogo por parte do Presidente da República, e da Frelimo, Filipe Nyusi, fracassou devido à ausência de Mondlane. “Recentemente, numa live, Mondlane disse que apresentou o que chamou de termos de referência para o diálogo, mas não teve resposta por parte do PR”.

Para o CDD, essa postura da Frelimo “reflecte um padrão histórico, desde 1999, de governar sem inclusão, contra a vontade popular, e sem atender as aspirações populares… e mantém o poder sem espaço para negociações políticas”.

“O quadro geral indica que as movimentações actuais, que incluem o diálogo falhado com os candidatos presidenciais e a auscultação aos vários segmentos sociais, são meras estratégias de relações-públicas para legitimar os resultados eleitorais e consolidar o poder da Frelimo” lê-se.

A crise política e de Direitos Humanos em Moçambique expõe um cenário de crescente repressão e governação excludente. Sem diálogo, sem inclusão e com a contínua instrumentalização das instituições, o país caminha para uma gestão baseada na repressão e no controle securitário, conclui o CDD.

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