A comunidade da localidade de Maganja, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, acusa a multinacional francesa, TotalEnergies de quebrar, unilateralmente, o acordo de compensação de terras.
Uma denúncia feita ao MZNews por pessoas afectadas pelo projecto de exploração de gás natural liderado pela petrolífera refere que se trata de um compromisso assumido pela TotalEnergies aquando da aquisição do projecto da Anadarko.
O acordo com a Anadarko previa a compensação com novas terras, valores monetários e veículos motorizados (triciclos/txopelas) para todas as pessoas da comunidade de Maganja afectadas pelo projecto, ou seja, que “perderam” suas machambas.
A TotalEnergies recuou o acordo e, por decisão unilateral, decidiu pagar somente 210 mil meticais a cada beneficiário. Os visados não mais deverão ter acesso a novas terras e transporte.
Entretanto, conforme avançou a nossa fonte, as terras/machambas agora sob guarnição de empresas de segurança privada, tropas ruandesas e militares moçambicanos compreende uma vasta extensão desde a orla marítima até ao interior de Maganja.
As terras que foram prometidos estão localizadas na comunidade de Mangala, que dista há mais de 20 quilómetros de Maganja.
SE queixa Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC)
Após uma reunião recente entre representantes da TotalEnergies e a comunidade, esta solicitou a liderança máxima da petrolífera. Para o descontentamento da população local, a Secretária Permanente do distrito de Palma, Laurinda de Fátima, foi a estrutura máxima que foi tentar dirimir o caso.
D’Fátima ficou desapontada com a recepção uma vez que a comunidade de Maganja se recusou a dialogar por não a conhecer e se quer pertencer a TotalEnergies. Por isso, a comunidade sugeriu fazer cópias dos seus documentos e lhe tirar fotografias para efeitos de confirmar, junto da liderança da TotalEnergies, a sua legitimidade para tratar do assunto.
A situação levou a que a Secretaria Permanente apresentasse queixa ao SERNIC local contra dez jovens envolvidos nas “conversações”.
Os jovens foram notificados pelo SERNIC para comparecer, na segunda-feira (13). Na há informações da prossecução do caso, mas uma de nossas fontes diz tratar-se de “uma estratégia que tem sido muito usada para intimidar comunidades que dizem não aos megaprojectos em Moçambique”.
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