Dez membros da Força Local “Naparamas” foram decapitados e outros foram feridos por terroristas, na segunda-feira, na aldeia de Nancuale, no distrito de Ancuabe, província de Cabo Delgado.

As mortes e ferimentos ocorreram depois que os Naparamas fizeram reféns e proibiram a patrulha dos membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) nas aldeias do distrito. 

Segundo contou ao MZNews, uma fonte militar próxima ao assunto, dada a circulação de terroristas, as FADM destacaram um grupo de militares a partir de Macarara para as aldeias de Nanjua, Sange, Mesa, Maguiguane e Muaja ao longo da Estrada Nacional (EN1) para realizar patrulhas combativas e perseguição dos terroristas.

“Chegado a aldeia Maguiguane por volta das 17h, as Forças Armadas encontraram-se com um grupo de 15 elementos da Força Local, conhecidos por Naparamas,  tendo colhido mais informações sobre a circulação inimiga no local” contou a fonte.

Na sequência, os grupos acordaram em prosseguir com as patrulhas até a aldeia de Ungura e circunvizinhas. Nisso, as FADM progrediram até a aldeia Mboge, ainda no distrito de Ancuabe, para um encontro com os líderes locais.

Contudo, na manhã (8h) de ontem, os Naparamas em Mboge retiveram os militares das FADM e convocaram todos os outros Naparamas das aldeias já citadas.  Nesse cenário, com apoio da população local, obrigaram os membros das FADM a entregar as armas no Posto Policial de Nanjua e os proibiram de continuar com as patrulhas, exigiram a sua retirada, alegando por si próprios garantiriam a segurança.

Um vídeo a que tivemos acesso mostra o grupo de militares empunhando armas cercado por Naparamas, a seguir por uma estrada, à luz do dia e ao olhos de todos. Através do mesmo não se pode precisar de que momento se tratava, da ida para a entrega das armas ou da retirada da aldeia.

“Depois da retirada das FADM os terroristas realizaram incursões na aldeia Nancuale onde decapitaram 10 elementos dos Naparamas e feriram outros” referiu a fonte.

A mesma fonte do exército nacional reafirmou que as FADM continuam cometidos na defesa da pátria, e continuam em contacto com as autoridades locais para fazer compreender aos Naparamas que a missão de defesa da pátria é missão competente às FADM.