A missão militar ruandesa de apoio às Força de Defesa e Segurança moçambicanas no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado pode ser negativamente afectada após as sanções da União Europeia (UE) contra o Ruanda.

“Da mesma forma, apelamos ao ampliar do leque de sanções, e a Bélgica evocou também o facto de suprimir o apoio financeiro que é dado ao exército ruandês em Moçambique” admitiu, esta semana, o vice-Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Maxime Prévot.

Recorde-se que, o bloco europeu, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, aprovou, a 18 de Novembro de 2024, o orçamento de 20 milhões de euros para as acções contraterrorismo das tropas ruandesas em Moçambique.

Pelo facto de o Ruanda apoiar o grupo “terrorista” M23 na desestabilização do leste da República Democrática do Congo (RDC), a UE adiantou, em Fevereiro deste ano, que poderia bloquear o endosso financeiro para tropas ruandesas em território moçambicano.

“O que é claro é que para a Bélgica era chegado o momento de a UE impor sanções ao Ruanda, para dizer que não caucionamos a forma insidiosa como o país age com o M23 para desestabilizar o leste do Congo e atentar contra a integridade territorial da RDC” disse em entrevista à RTP.

Aquele responsável disse saber, com pouca profundidade, que Moçambique atravessa um período pós-eleitoral difícil, mas denotou que tal factor não é impeditivo para aplicar sanções ao Ruanda, contanto que sejam coerentes.

“A vontade da União Europeia não é adicionar dificuldades às dificuldades, mas devemos ser coerentes nas decisões que tomamos, incluindo quando se trata de enviar sinais de sanções no que respeita ao Ruanda. Mas também mantemos uma capacidade de avançar por patamares e, calculo, a de poder reforçar as sanções caso necessário” notou.

Ruanda expulsa diplomatas belgas devido ao conflito na RDC

A forças militares ruandesas – mais de 2500 – estão em Cabo Delgado desde 2021 apoiar as forças miliares moçambicanas no combate ao terrorismo.  Uma empresa de segurança privada do Ruanda protege as instalações da TotalEnergies em Palma.