Cabo Delgado: Director do Cáritas sugere dotação de habilidades comerciais aos deslocados

Cabo Delgado: Director do Cáritas sugere dotação de habilidades comerciais aos deslocados

O Director do Cáritas, na província de Cabo Delgado, Manuel Nota, sugere a dotação de habilidades financeiras e comercias para os deslocados devidos as acções terroristas na província.

A ideia de apoiar os deslocados a fazer negócio surge para fazer face a falta de verba nas organizações não governamentais (ONG’s) humanitárias, refere a RTP, que cita a Lusa.

A própria organização humanitária da igreja católica já se ressente da exiguidade de recursos financeiros para apoiar os mais carenciados. “O próprio Programa Alimentar Mundial (PAM) já veio a público para alertar sobre a sua situação financeira”, disse Nota, sugerindo que “as famílias necessitadas comecem a fazer alguns negócios, para permitir que elas consigam alimentar-se com base no esforço próprio”.

No ano passado o Cáritas apoiou 120 mil famílias afectadas pelos conflitos, mas neste ano apenas abrangeu 45 mil famílias devido à falta de dinheiro.

Disse o responsável que os doadores estão mais interessados no conflito russo-ucraniano, num momento em que ataques armados de rebeldes a novos locais e Cabo Delgado têm provocado novas vagas de deslocados.

“Nós começamos a sentir com muita força a redução dos financiamentos desde a invasão russa da Ucrânia. Tínhamos um projeto já garantido para a construção de infraestruturas públicas para as populações afetadas, mas o doador disse que não podia mais financiar porque o fundo deveria ser canalizado a outros irmãos que também estão agora necessitados”, acrescentou.

Recentemente, a Cáritas teve de socorrer populações de alguma aldeias de Namuno porque os armazéns do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGD) e o PMZ estava, vazios.

“Tivemos de enviar seis toneladas de arroz e isso não foi suficiente, mas era o que tínhamos”, disse.

A ajuda do PMA a Cabo delgado pode ser suspensa em Fevereiro de 2023. A agência precisa de 51 milhões de dólares para continuar a prestar a “assistência vital” às cerca de um milhão de pessoas afetadas pelo conflito.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.