O Banco Mundial “não vai abandonar” Moçambique, disse esta terça-feira o director de Operações desta instituição, Axel van Trotsenburg, que defendeu que o desenvolvimento sustentável é essencial para a paz em Cabo Delgado.
“O Banco Mundial quer trabalhar com Moçambique para ver como é que a partir do desenvolvimento sustentável é possível acompanhar o país na busca pela paz. É um processo difícil, mas não vamos abandonar o país”, assegurou nesta terça-feira (18.05) Axel van Trotsenburg, director nesta instituição, em declarações a jornalistas.
O representante do Banco Mundial encontrou-se ontem com o Presidente da República, Filipe Nyusi, à margem da Cimeira Sobre o Futuro das Economias Africanas, que decorre em Paris.
Axel van Trotsenburg considera que o terrorismo é “um desafio terrível” e um dos problemas mais difíceis de resolver em termos de impacto nas economias, mas o apoio do Banco Mundial é total, assegurou.
“A relação entre Moçambique e o Banco Mundial é forte e acho que podemos continuar a construir uma relação de confiança e boa parceria”, indicou van Trotsenburg.
“Solução construída por moçambicanos”
O Banco Mundial sublinhou ainda a importância de a solução para Cabo Delgado ser construída por moçambicanos.
“É importante que Moçambique encontre uma solução entre moçambicanos. Eles conhecem o seu próprio país, as suas dinâmicas, mas podemos dar um apoio complementar”, concluiu.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2 500 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e 714 mil deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.
A vila de Palma, a cerca de seis quilómetros do projecto de gás natural da multinacional Total, sofreu um ataque armado a 24 de Março, que as autoridades moçambicanas dizem ter resultado na morte de dezenas de pessoas e na fuga de milhares.
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