Albino Forquilha sai desiludido do encontro com Lúcia Ribeiro e alerta para resultados “mafiosos”

Albino Forquilha sai desiludido do encontro com Lúcia Ribeiro e alerta para resultados “mafiosos”

O Presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Albino Forquilha, manifestou, esta tarde, a sua desilusão do encontro com a Presidente do Conselho Constitucional (CC), Lúcia Ribeiro. Ele acredita que o CC não vai divulgar resultados que reflectem a verdade eleitoral das eleições de 9 de Outubro passado.

No encontro desta tarde entre as partes, o CC explicou que visava esclarecer como estão a decorrer os trabalhos para encontrar a verdade eleitoral. Mas também, para clarificar as razoes do aparente atraso para a divulgação dos resultados das Eleições Gerais de 9 de Outubro passado. Lúcia Ribeiro disse que não seria aquela a ocasião para discutir questões legais dos contenciosos eleitorais submetidos ao órgão.

Albino Forquilha começou por dizer à Presidente do CC que o partido tomou a iniciativa de entregar cerca de 370 kg de actas e editais ao CC através da Comissão Nacional de Eleições para contribuir para a verdade eleitoral.

Aos jornalistas revelou: “Fiquei com a impressão de que os processos [submetidos pelo partido] não estão a ser devidamente tratados, porque não foram respondidos ou julgados. Tudo se remete para o momento de validação dos resultados. Gostaríamos que houvesse o acompanhamento passo a passo dos processos. Até aqui não tenho a segurança de que vai haver uma verdade eleitoral” alertou

Revelou que a expectativa era de ver partidos políticos e observadores interessados no processo de verificação ou confrontação de actas e editais a trabalhar junto do CC.  Para Forquilha, essa inclusão poderia, de alguma forma, aferir a transparência do CC no processo de busca da verdade eleitoral.

“Infelizmente, temos alguma desconfiança das entidades que gerem este processo. Se calhar nã estaríamos neste barrulho todo. [Estou] infeliz por não ter este grupo a trabalhar aqui convosco no processo de reverificação” lamentou, ainda com o CC.

A isto Lúcia Ribeiro disse que ao nível do CC, os partidos políticos não são incluídos no processo de verificação das actas e editais.

Perante a Presidente do CC, Albino Forquilho desmentiu o que se veiculou nos mídia sobre o Podemos somente ter submetido ao CC reclamação de irregularidades eleitorais referentes somente sete províncias.

“São dez províncias, incluindo a cidade de Maputo. Queria que se confirmasse isso. Que fique claro que submetemos [reclamações] de todas as províncias” referiu.

Por outro lado, falando à imprensa no final do encontro, disse que saiu com a impressão de que o CC não vai chegar a verdade eleitoral.

“Era importante que houvesse outros intervenientes como os partidos políticos, observadores nacionais e jornalistas. Isto iria nos garantir que houve tantos homens que verificaram aquilo que será validado amanhã. Ela tentou fundamentar que a lei não lhe permite fazer isto, mas também tinha a capacidade para devolver o processo para CNE para se fazer isso. Será difícil aferir se houve a verdade eleitoral se efectivamente for somente o CC a pronunciar-se, a validar os resultados que ele próprio trabalhou sozinho, sem que houvesse a participação de outras entidades. É de transparência que precisamos nesse processo” vincou.

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