O candidato presidencial, Venâncio Mondlane, anunciou, esta manhã, o segundo estágio dos protestos contra “raptos, sequestros, gás lacrimogénio e balas verdadeiras contra um povo desarmado e indefeso” e convocou greve geral durante dois dias, a partir da próxima quinta-feira (24) até sexta-feira (25).
Ele alertou que nesta fase, as pessoas devem ir às ruas e protestar pacificamente. E, diferentemente das anteriores, não haverá um ponto de concentração. Explicou que a ideia é despistar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) por forma a não enviar força antimotim para os locais de concentração. “Não vai haver blindados suficientes”.
De acordo com Mondlane, este período é a janela e a oportunidade únicas para o povo demonstrar que “quem detém o poder é o povo”.
Ele propõe que todas as instituições do Estado e privadas suspendam as suas actividades económicas.
“A partir da quinta-feira, dia 24, vamos subir a fasquia. Vamos paralisar o país por dois dias. Desta vez é a paralisação de todo acto de trabalho, no sector público e privado. E vamos sair rua para manifestar com cartazes. Desta vez, não vamos ter pontos de concentração como a gente faz. Todos os 154 distritos devem sair para manifestar”, apelou.
Esta convocação é propositada para decorrer nos dias previstos para a Comissão Nacional de Eleições (CNE) divulgar os resultados gerais das eleições, que já apontam para uma “vitória” do candidato da Frelimo, Daniel Chapo.
Falando numa transmissão em uma rede social, apelou aos partidos da oposição a se juntarem aos protestos. Nesse apelo, incluiu as FDS (militares, polícias, SISE) para “apontar os canos para baixo”.
Avançou ainda que serão quatro etapas de protestos ate completar 25 dias, em analogia aos os 25 tiros contra Elvino Dias e Paulo Guambe.
Esta convocação para a paralisação do país, com as pessoas a ocupar as ruas, ocorre um dia depois de uma paralisação generalizada. Houve convulsões sociais que resultaram e feridos graves atingidos pelas balas da polícia e vários detidos.
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