O antigo Ministro da Finanças, Manuel Chang, está detido em Nova Iorque, onde o seu julgamento no caso das Dívidas Ocultas foi agendado para iniciar esta segunda-feira.
Chang é apontado como a peça principal no maior calote financeiro do Estado moçambicano na ordem de mais de 2.7 mil milhões de dólares.
O escândalo envolveu entidades financeiras internacionais como o Credit Suisse.
A justiça americana alega que Chang estava entre os funcionários corruptos que conspiraram com os banqueiros do Credit Suisse para endividar ainda mais Moçambique com empréstimos concedidos a partir de 2013 para projectos marítimos duvidosos, incluindo estaleiros navais, navios para combater a pirataria e uma frota de pesca de atum, escreve a Bloomberg.
Mais tarde, Moçambique não cumpriu as obrigações destinadas a garantir os empréstimos e os procuradores alegam que pelo menos 500 milhões de dólares foram saqueados.
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Chang terá embolsado cinco milhões de dólares em subornos e facilitado o branqueamento de 200 milhões de dólares em dinheiro canalizado para funcionários moçambicanos. A fraude também causou “uma grave crise financeira” no país, segundo os procuradores do gabinete do procurador americano de Brooklyn, Breon Peace.
O julgamento de Chang deverá durar cinco semanas, e incluir o testemunho do antigo banqueiro do Credit Suisse, Andrew Pearse, que admitiu ter recebido pelo menos 45 milhões de dólares pelo seu papel na organização dos empréstimos e que foi a testemunha principal do governo no processo anterior. Pearse testemunhou que aceitou subornos, em parte, para financiar viagens com uma subordinada com quem estava a ter um caso amoroso secreto. (Imagem: DR)
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