Moeda única africana é uma utopia, defende analista

Moeda única africana é uma utopia, defende analista

Os estados africanos funcionam em utopias que são importantes para o desenvolvimento, sendo uma delas a criação de moeda única para circular em todo o continente africano, defende o analista Calton Cadeado.

“Chegamos a um nível de bloqueio que não permite acreditar no alcance dessa utopia no âmbito da agenda 2063”, disse o analista numa entrevista ao jornal Domingo.

O analista justifica a sua reserva devido às deficiências de funcionamento das economias africanas e a inexistência de um banco central africano.

“Se mesmo na região da SADC, onde estão inscritos 15 Estados, não conseguimos a integração comercial, nem da moeda única. Isso significa que a nível continental esse objectivo está longe de ser alcançado”, notou.

Na sua óptica, em primeiro, os Estados devem assegurar a integração regional antes de se empreenderes esforços para objectivos continentais.

“Estamos a correr para zona continental em prejuízo das regiões económicas”, notou.

O docente e pesquisador da Universidade Joaquim Chissano entende igualmente que a Zona Comércio Livre está longe de ser implementada porque os estados africanos, membros da Organização da Unidade Africana (UA), estão demasiado interessados em assuntos de segurança e democráticos, em detrimento dos comerciais.

“Sou céptico, tal muitos Estados da UA. A maioria está a embarcar na ideia, mas a sua implementação ainda está a ser dificultada por vários motivos, entre eles a falta de um infra-estrutura jurídica institucional que garanta o cumprimento das normas”, disse.

Outros factores determinantes para o distanciamento do objectivo apontados pelo analista são as disparidades económicas entre as nações, os problemas políticos de cada região africana e a falta de consolidação das trocas comerciais em cada região.

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