UE lança um olhar ecológico sobre gás de Moçambique

A União Europeia (UE) está a envidar esforços para rotular o gás de Moçambique como não prejudicial ao ambiente, ou seja, “gás ecológico”. A expectativa é de continuar a explorar o gás mesmo depois do ano 2050, em que o continente deverá estar livre de todo o tipo de fonte energética fóssil.

Existe já um plano de busca de financiamento para a utilização de usinas nucleares e usinas de gás natural como “energias verdes” que poderão facilitar o combate às mudanças climáticas através de geração de energia sustentável.

Mesmo na véspera da transição de ano para 2022, no dia 31 de Dezembro de 2021, os 27 Estados-membro do bloco político e económico europeu receberam uma descrição preliminar do plano. Os Estados-membros e especialistas consultados pela Comissão têm agora cerca de duas semanas para solicitar alterações ao documento. O texto final deve ser publicado em meados de Janeiro. Uma aprovação do projecto poderá colocar Moçambique num mercado mais alargado para a exportação de gás natural liquefeito.

A British Petroleum (BP) já tem um contrato de compra por 20 anos.

O gás de Moçambique, uma vez mais, é uma opção para a prossecução os objectivos climáticos europeus. A França – que investiu 20 mil milhões de dólares na área 1 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, através da Total –  pretende retomar o seu parque energético nuclear e já considera o gás nacional como estável e de baixa emissão de carbono. A Polónia e República Checa, que querem substituir as suas termo-eléctricas a carvão por recursos mais limpos, esperam mais argumentos e aprovação do documento.

Há países que pensam diferente. Por exemplo, a Alemanha e Luxemburgo defendem que incluir o gás nas energias verdes é um erro.

A Câmara Africana do sector elogia a pretensão e diz que é uma forma de garantir a inclusão do continente africano, que, para já, precisa de industrializar-se, antes de se preocupar com o clima.

Fonte: opais

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