A União Africana (UA) entregou esta quarta-feira ao Governo moçambicano um apoio financeiro de 100 mil dólares para a assistência humanitária às vítimas da violência armada na província de Cabo Delgado, norte do país.
“Queremos realçar que a União Africana também está preparada para prestar o seu total apoio por meio da assistência humanitária. Por isso, entregamos hoje 100 mil dólares para ajudar Moçambique”, disse o comissário dos Assuntos Políticos, Paz e Segurança da UA, Bankole Adeoye.
Adeoye falava durante um encontro com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicana, Verónica Macamo.
Na ocasião, o comissário dos Assuntos Políticos, Paz e Segurança da UA avançou que a organização vai transmitir a sua experiência e conhecimento às forças governamentais moçambicanas, às missões militares do Ruanda e da África Austral que combatem os grupos armados em Cabo Delgado.
“Queremos trazer a Moçambique a nossa experiência e capacidade técnica para juntos combatermos o terrorismo”, disse Bankole Adeoye.
África, prosseguiu, “está a ser invadida por terroristas e o terrorismo está a ganhar terreno”.
Nesse sentido, defendeu a adopção e implementação de soluções adaptadas aos desafios de segurança que o continente enfrenta.
“Viemos aqui para encontrar soluções africanas, para resolver problemas africanos”, destacou.
Bankole Adeoye avançou que uma missão da UA visitará Moçambique este mês para avaliar o tipo de apoio que a organização vai prestar ao país no combate ao terrorismo.
A missão vai deslocar-se à província de Cabo Delgado e vai manter encontros com os ministros da Defesa Nacional, Jaime Neto, do Interior, Amade Miquidade, e com a presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque.
Vai reunir-se igualmente com o representante da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique, Mpho Molomo.
Por sua vez, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, realçou a importância do apoio da UA no combate ao terrorismo, assinalando o caráter transnacional deste fenómeno.
“Encaramos o terrorismo como um desafio universal contra o qual todos os países devem conjugar esforços e juntar sinergias”, declarou Verónica Macamo.
O extremismo violento, prosseguiu, deve ser erradicado do continente.
A chefe da diplomacia moçambicana observou que a presença do comissário dos Assuntos Políticos, Paz e Segurança da UA é também uma oportunidade para as autoridades moçambicanas reforçarem o apelo ao apoio do continente à candidatura do país a membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).
Agência Lusa