Analistas criticam contratos milionários do STAE. “São humilhantes para a realidade social”

Analistas criticam contratos milionários do STAE. “São humilhantes para a realidade social”

Analistas e políticos moçambicanos qualificam de “absurdos e humilhantes” os contratos “milionários” de aluguer de transportes feitos pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), em Cabo Delgado, para as eleições autárquicas de 11 de Outubro.

A informação surge depois do Centro de Integridade Pública (CIP) ter comentado que “as adjudicações reflectem o mesmo padrão de sempre” pois “são maioritariamente para empresas cujos accionistas têm fortes ligações ao partido Frelimo”.

Segundo o CIP, o STAE fez contratos urgentes de transporte e abastecimento para o recenseamento eleitoral em sete distritos de Cabo Delgado no valor de 4 milhões de dólares, que foram adjudicados a empresas ligadas a figuras próximas da Frelimo e a empresários politicamente influentes na província.

Entretanto, para o analista político Samuel Simango, citado pela VOA, os contratos milionários tornaram o Governo despesista “para beneficiar uma elite ligado ao partido governamental”, perante uma população que ainda vive na miséria e sem serviços básicos.

“Os contratos milionários para o aluguer de viaturas pelo STAE configura um desrespeito à situação que se vive em Moçambique, perante a falta de medicamentos nos hospitais, estradas degradadas e escolas precárias”, disse Samuel Simango, salientando que os contratos são uma forma da Frelimo se financiar nestas eleições através do erário público.

“É preciso colocar freio a estas práticas”, defende o analista que pediu a intervenção das organizações da sociedade civil.

Já para o analista político Martinho Marcos, “os contratos são lesivos pela falta de seriedade das autoridades na sua feitura, além de serem auto-destruídores da democracia”.

Fonte: VOA

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