Moçambique vive um período pós-eleitoral marcado por manifestações de elevada repercussão negativa quanto ao “modus operandi”. Da parte dos manifestantes houve vandalizações e pilhagens de bens públicos e privados. Houve perda de vidas de manifestantes, não manifestantes e polícias. A polícia disparou incontáveis vezes. Houve também focos de vingança contra a polícia que mata, na tentativa de não matar e reestabelecer a ordem. A polícia também morreu!
Diversos quadrantes da sociedade, inclusive ao nível internacional, lamentaram o escalar da violência no decurso dos protestos que se pretendem pacíficos.
Parece que os apelos a não-violência de Venâncio Mondlane, o rosto dos protestos, e os do Presidente da República, Filipe Nyusi, foram acatados.
Esta quarta-feira, o país voltou a registar manifestações a luz do dia, que duraram menos uma hora, como sugeriu Venâncio Mondlane. O que se assistiu, em todo o país, conforme as imagens que viajam nos nossos celulares com internet de dono, foram viaturas que suspenderam as suas marchas onde se encontravam e buzinaram. Houve casos onde o corpo humano manifestante ocupou as estradas, proferiu orações e canções de protestos.
Do interesse do candidato presidencial, Venâncio Mondlane, o pacifismo nos protestos visa dois aspectos essenciais, demonstrar que as suas convocações são contra actos de violência e identificar “os infiltrados” que promovem a violência.
Para o PR, Filipe Nyusi – que fez uma comunicação à Nação ontem – importa, fundamentalmente, evitar mais mortes e assegurar que o movimento sócio-económico continue com a mesma tendência anterior às manifestações.
E à Polícia da República de Moçambique, que frisa e repisa a necessidade de se obedecer aos procedimentos legais do país para realizações de manifestações, o que interessa?
Estas manifestações de hoje não galgaram escadas das instituições competentes do país para pedir autorização, mas atravessaram todas as digníssimas instâncias se fizerem vitais nas ruas e avenidas. Haverá multas de trânsito por essas transgressões gravosas ao Código de Estrada? Ou não foram ilegais? Ou alguém vai chupar por todos? Traspasse de multas? Até o Sr., sr. Polícia, foi obrigado a parar hoje, pontualmente às 12h para obedecer Ordens Superiores! Nunca vi! (In: Crónica da Cidade Fantasma)
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