A União Europeia e o Governo moçambicano lançam hoje, no centro de Moçambique, o projecto de Desenvolvimento Local para a Consolidação da Paz (Delpaz), uma iniciativa orçada em 26 milhões de euros, indica uma nota oficial.
O projecto visa “criar condições” para a pacificação, através do financiamento de actividades geradoras de rendimento, melhoria da governação a nível distrital, no âmbito dos apoios às comunidades afectadas pela guerra no centro de Moçambique.
“O acto de lançamento será uma oportunidade para discussão sobre a importância da melhoria das oportunidades socioeconómicas nas comunidades afectadas pelo conflito, como forma de contribuir para um desenvolvimento mais inclusivo e equitativo ao nível local e nacional”, refere a nota.
Além da União Europeia, que vai financiar o projecto Delpaz, a iniciativa conta com o apoio do Fundo das Nações Unidas para o Desenvolvimento de Capital (UNCDF), da Agência Austríaca de Desenvolvimento e da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento.
A iniciativa faz parte dos apoios da União Europeia à implementação do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em agosto de 2019 entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), Ossufo Momade.
O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional prevê, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo, tendo já abrangido mais de 2 600 guerrilheiros, de um total 5 000 membros previstos.
O entendimento foi o terceiro entre o governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, principal partido de oposição, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes, que afectaram principalmente o centro de Moçambique.
Em Junho deste ano, em entrevista à Lusa, o embaixador da União Europeia em Moçambique, António Gaspar, avançou que de um total de 62 milhões de euros que a organização pretende disponibilizar para a paz em Moçambique a maior parte é destinada às comunidades afetadas pelos conflitos.
Agência Lusa