​Testemunhas de Jeová acusada de ocultar abuso de menores, espionagem e proibições

​Testemunhas de Jeová acusada de ocultar abuso de menores, espionagem e proibições

​Um antigo membro da igreja Testemunhas de Jeová em Moçambique, na província de Inhambane, denuncia actos praticados pelos líderes como abuso de menores, manipulação da justiça e espionagem, bem como a proibição de frequentar o ensino superior.

Sobre abusos de menores ele contou que um dos casos descoberto, envolvendo o corpo governante da liderança máxima, foi parar na Corte Real australiana, em 2015.

“Mais de 900 casos de abusos de menores foram ocultos pela organização e tiveram de parar na justiça”, revelou.

O denunciante, que esteve ligado à seita durante 12 anos e trabalhou no departamento de tradução, teria sido despedido da organização após descobrir as práticas ocultas.

“A organização tentava manipular a justiça norueguesa, tentando apagar algumas evidências, no caso, dois vídeos sobre o processo de desassociação dentro da organização. Nesse processo, eles tentavam omitir a verdade da justiça, tentando apagar dois vídeos que seriam apresentados durante um congresso regional, no ano passado”, disse.

Ele referiu que pegou nos vídeos e os publicou por ver a necessidade de expor a verdade.

“Acabei tendo um ficheiro que dava indício da existência de espiões dentro da organização, que monitoram fóruns dos que são chamados de apóstatas. Com aquela informação eu consegui ver que dentro da organização há espiões”, asseverou.

Sobre as proibições de frequentar o ensino superior, o denunciante referiu que a organização utiliza como argumento a serventia ao diabo, quando o curso for concluído. “Então, para uma forma de não servir ao diabo é tentar evitar fazer faculdade, um instrumento usado pelo diabo para moldar as pessoas”.

Ele revelou que pela postura por si adoptada, de não cooperar, sofreu ameaças, incluindo consequências para a sua família.

“Numa das vezes disseram que se não os der o telemóvel ou desbloqueá-lo eu não poderia sair. Eles queria verificar tudo o que estava lá dentro para poderem me deixar”, disse.

O responsável da organização, no distrito de Massinga, em Inhambane, remeteu comentários à Direcção na capital do país, Maputo.

“Nada tenho a ver com essa parte. Vocês deveriam ligar para o nosso escritório em Maputo”, disse. (Fonte: TV Sucesso. Foto: JW.Org)

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