As incursões rebeldes registadas em Setembro em Nampula provocaram um total de 47 mil deslocados, mas a maior parte voltou às suas zonas de origem com a melhoria das condições de segurança, segundo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
A vaga de deslocados registada no início de Setembro em Nampula foi provocada por incursões rebeldes em aldeias e comunidades de dois distritos localizados no extremo norte da província, na linha de fronteira natural com Cabo Delgado. As populações que fugiram foram acolhidas principalmente em Namapa, vila sede do distrito de Eráti, por familiares e pessoas de boa vontade.
“Já arrancaram várias iniciativas de apoio a estes deslocados, coordenadas pelo Governo e parceiros. Vamos apoiá-los em dois níveis: assistência alimentar e não alimentar”, acrescentou o delagado.
O distrito de Eráti já contava com perto de cinco mil deslocados provenientes de Cabo Delgado, um grupo que, segundo o INGD, também vai ser apoiado no âmbito destas iniciativas.
As incursões destes grupos, que terão atravessado de Cabo Delgado para a margem sul do rio Lúrio, tiveram como principais alvos na província de Nampula os distritos de Eráti e Memba.
O rio Lúrio é a fronteira natural entre as províncias de Cabo Delgado e Nampula, a sul.
Cabo Delgado enfrenta uma insurgência armada desde 2017 com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED. (Lusa)
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