O Ministro português da Habitação e Transportes, Pedro Nuno Santos, que está em frente das negociações com Bruxelas para a reestruturação da companhia portuguesa de transportes aéreos, admitiu a possibilidade de privatizar a TAP dentro dos próximos quatro anos, ou seja, até 2025.

Falando esta terça-feira, à CNN Portugal, após o aval dado pela Comissão Europeia ao plano de reestruturação da TAP, o governante explicou que o que se está a passar com a companhia não é um problema verificável apenas com a TAP.

“Achamos que a TAP tem de se enquadrar num grupo maior do que si própria. Não há nenhuma companhia de aviação, nomeadamente com a dimensão da TAP, que consiga sobreviver neste mercado altamente competitivo isoladamente”, disse.

Segundo o ministro que tutela os transportes o acordo com Bruxelas não impede que a companhia possa operar com outros intervenientes.

“O que existe é, também da nossa parte, a ideia muito clara que no mercado global da aviação a TAP não pode sobreviver sozinha, e que nós vamos ter de encontrar nos próximos anos uma parceria estratégica muito estreita para a TAP”, afirmou.

Questionado sobre a TAP colaborar com companhia alemã Lufthansa, com a qual encetou conversas em 2019, mas obstruídas pela pandemia, Nuno Santos limitou-se a dizer que “são vários grupos de aviação, e não só… e que qualquer parceria que se encontre no futuro tem de ser obviamente com grupos com dimensão, com solidez e consistente”. O Ministro recordava-se do facto de o accionista norte-americano David Neeleman ter abandonado a TAP logo após os choques da pandemia. “Um dos problemas é que o accionista privado não tinha um cêntimo para meter na TAP”.