“É necessária uma certa prudência relativamente a esta questão, sobretudo agora que temos o comunicado do Banco de Moçambique anunciando que suspendeu o Standard Bank da actividade cambial de conversão de divisas até um ano”, alertou Egna Sidumo, pesquisadora e professora universitária.
Citada pelo portal VOA, Egna Sidumo avançou que esta suspensão vai causar um provável aumento de preferência pela liquidez das famílias e empresas, sublinhando que quando a maior parte dos bancos for alvo de corrida aos depósitos, simultaneamente pode haver uma crise financeira, fazendo com que o sistema financeiro deixe de funcionar, provocando uma recessão económica.
Para aquela economista, “os impactos desta suspensão são devastadores; podem provocar baixos níveis de produção e de investimento, aumento do desemprego e a redução dos gastos do Governo”.
Decisão correcta
O director executivo adjunto da Confederação das Associações Económicas (CTA) de Moçambique, Eduardo Sengo, diz que o impacto desta suspensão já se faz sentir na economia, “porque o Standard Bank é líder no mercado cambial”.
“A maior parte dos investidores estrangeiros usa o Standard Bank, e sendo este banco líder do mercado cambial, sem dúvida que esta suspensão vai afectar também o investimento estrangeiro no país.
Os economistas sublinham, no entanto, que apesar destas situações, a decisão do Banco de Moçambique é correcta.
O comunicado do Banco de Moçambique indica que as infracções cometidas pelo standard Bank incluem, manipulação fraudulenta da taxa de câmbio; instalação e implementação de uma rede de pagamentos ilegal sediada fora do país e realização de operações irregulares de derivativos financeiros para a cobertura de risco associado à flutuação cambial, entre outras.
O Standard Bank diz estar a trabalhar com o Banco de Moçambique no sentido de esclarecer todas as alegações sobre a sua suspensão do mercado cambial e salvaguardar os interesses dos clientes.