A Agri View, uma start up moçambicana, co-fundada por Rui Bauhofer e Joaquim Rebelo, criou um modelo de pratos que promete mudar o paradigma sobre como pensamos na reutilização e desperdício.

É que, segundo a publicação da Ndzila, inspirada numa inovação da América latina onde se produz utensílios à base de casca de ananás (abacaxi), a Agri View voltou os olhos para Moçambique se propôs em reutilizar cascas de milho descartadas.

Adequando o processo em solo pátrio, a partir de 2022, o resultado são os Eco-Plates – pratos biodegradáveis aos quais são incorporadas sementes (manjericão, coentro, alface e tomate) que germinam à medida da degradação do material. O processo degradação ocorre em até seis semanas.

“Esses pratos não apenas reduzem o desperdício, mas também geram uma possível cultura comercial ao serem descartados, contribuindo para a segurança alimentar dos pequenos agricultores” lê-se na publicação que citamos.

O projecto continua em fase de desenvolvimento, mas já vai reflectindo seus benefícios na cadeia de produção, a começar pelos produtores de milho que já sentem algumas mudanças na situação financeira, a poder comercializar material (cascas) que outrora eram queimadas.

A Agri View pretende ampliar sua actuação e levar os Eco-Plates para mercados internacionais na Europa, Ásia e América, além de expandir sua presença pelo continente africano. A equipe também enxerga potencial para os pratos servirem como ferramenta de ajuda humanitária em regiões afectadas por desastres naturais, fornecendo um recurso alimentar adicional para agricultores atingidos.

Com efeito, projecto é um dos 16 projectos finalistas eleitos para concorrer, este ano, a um prémio de 60 mil libras no Africa Prize for Engineering Innovation, da Royal Academy Engineering, do Reuno Unido.