Residentes da Manhiça denunciam perseguições e sequestros

Residentes da Manhiça denunciam perseguições e sequestros

A população de uma das comunidades do distrito da Manhiça, em Maputo, denunciou, hoje, a ocorrência de perseguições, sequestros e mortes desde o domingo (26).

Eles acusam um dirigente do município da Manhiça de mobilizar “seus homens” ir atrás de algumas pessoas. Uma reunião teve lugar na localidade, na quarta-feira da semana passada, onde se abordou os rumores de perseguições.  Uma carta dando conta das perseguições foi submetida à esquadra, na sexta-feira. A população avisou, na missiva, que tomaria medidas.

De acordo com uma fonte anónima entrevistada pelo Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), disse que, no domingo foi sequestrado um taxista. A vítima foi encontrada em Xai-xai, província de Gaza. Na quarta-feira, foi sequestrado um cidadão identificado por Gerson. A informação lhes chegou por volta das 11h18. Foi nesse momento que decidiram bloquear a estrada.

A fonte disse que procuraram esclarecimentos junto da polícia. Não obtiveram informações, mas receberam ameaças de morte. Acusou a Unidade de Intervenção Rápida de fazer gestos de morte/decapitação.

Enquanto estavam na esquadra, houve tumultos. Algumas pessoas foram baleadas, havendo uma senhora internada no Hospital da Vila da Manhiça.

Segundo a fonte, a polícia os sugeriu para irem procurar Gerson na mata. “Nós suspeitamos que, afinal de contas, eles já tinham informação de que o nosso homem estava no mato” disse, notando que a polícia recusou apoiar nas buscas.

A polícia fez novos disparos já numa área onde a transitabilidade estava condicionada e a população aglomerada. Insatisfeitos com a actuação da polícia, a população decidiu incendiar dois veículos.

Um representante do bairro disse que as perseguições não são de hoje. Ocorrem desde que se desencadearam esforços para se destituir o secretário do bairro, em 2024. Este apresentou alguém da sua confiança, mas a população rejeitou.

O secretário do bairro teria ordenado a prisão de duas pessoas que rejeitaram a sua sugestão. Os visados foram levados para a Cadeia Civil, segundo fonte entrevistada pelo CCD.

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