O Presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), Albino Forquilha, considerou, hoje, em Maputo, que o único caminho para estancar a onda de manifestações no país é a reposição da verdade eleitoral.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) avançou os resultados centralizados das eleições gerais de 9 de Outubro. A Frelimo e o seu candidato Daniel Chapo são apontados como os vencedores. O candidato presidencial independente, Venâncio Mondlane, e o Podemos reclamam vitória no escrutínio. Estes últimos têm liderado manifestações desde 21 de Outubro pela reposição da “verdade das urnas”.
Com excepção da Frelimo, alguns partidos políticos dizem que os resultados da CNE não reflectam a verdade eleitoral e propõe a anulação e repetição das eleições.
Albino Forquilha disse a jornalistas que a primeira proposta para se estancar a onda de manifestações é a reposição da verdade eleitoral. Neste sentido, entende que, o Conselho Constitucional deve proceder ao cruzamento de editais da CNE e dos partidos políticos com entidades independentes. Esse seria caminho para assegurar transparência dos resultados.
“Continuamos a insistir que a condição [para pôr fim às manifestações] está na verdade eleitoral. Que se faça tudo por forma a que editais e actas enviados tenham uma confrontação transparente. Significa que actores externos ao Conselho Constitucional, mas aceites por lei, tenha de participar, como mandatários de partidos políticos, observadores e jornalistas” referiu.
O MZNews sabe que o CC já confrontou as actas e editais envidados pelos partidos políticos e pala CNE referentes a dez províncias. O trabalho iniciou há cerca de três semanas, e algumas vezes terá sido condicionado pelas manifestações.
“Havendo provas de que há dificuldades em trazer a verdade eleitoral, entendemos que deve haver uma auditoria forense que visa responsabilizar aos actores deste problema” notou.
Verificado o impasse para a legitimação da verdade eleitoral, o Podemos propõe a instituição de princípios ou mecanismos “para algum diálogo” e a identificação do problema “que nos coloca no estágio actual” e depois “soluções baseadas no problema identificado”.
E, sobre se o Podemos estaria disposto em aceitar uma eventual anulação das eleições, Forquilha explicou que tal seria um “plano B” a avaliar, caso se provasse a inexistência de condições para a reposição da verdade eleitoral e se responsabilizasse ao causador dessa situação.
“Já houve eleições e pagamos muito dinheiro. Portanto, se forem para ser invalidadas, deve haver um apuramento muito profundo das causas, ou seja, de quem provocou o problema. Tem de haver uma responsabilização muito séria. Só não havendo elementos concretos que nos permitam ir à justiça eleitoral, podemos reflectir o plano B, para o Podemos” disse.
De acordo com Forquilha, já existe um documento para acomodar essa possibilidade de se repetir as eleições.
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