Renamo diz ter garantias de pagamento de pensões aos ex-guerrilheiros

Renamo diz ter garantias de pagamento de pensões aos ex-guerrilheiros

A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, recuou na condição de desativar a última base só depois de arrancar o pagamento de pensões a ex-guerrilheiros, após receber garantias de que há verbas, disse hoje fonte oficial do partido.

Na terça-feira, o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, reuniram-se e “constataram que estão criadas condições para a conclusão do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR)”, no âmbito dos acordos de paz, informou a Presidência.

“Com esta garantia dada pelo Presidente da República e porque nós agimos de boa-fé, acreditamos que isso [pagamento de pensões] se vai efetivar e entendemos que o processo devia prosseguir”, afirmou o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), José Manteigas, à Lusa.

Manteigas avançou que ficou assente que os combatentes vão começar a tratar da documentação inerente à fixação das suas pensões.

“Do nosso lado, houve, sim, esse entendimento”, enfatizou.

O porta-voz da Renamo assinalou que o partido está empenhado na conclusão do processo de DDR, porque os guerrilheiros vivem em condições difíceis, sobretudo os que “ainda estão nas matas”.

O principal partido da oposição tinha condicionado o desmantelamento do seu quartel-general, na serra da Gorongosa, centro de Moçambique, ao início do pagamento de pensões aos seus guerrilheiros, segundo referiu o próprio porta-voz à Lusa em abril.

O processo de DDR faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 06 de agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a principal força da oposição, todos assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.

No âmbito do acordo, do total de 5.221 elementos a abranger, cerca de 4.700 (90%) já entregaram as armas, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas. (Lusa)

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