A Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Tete usou da força para dispersar protestantes na segunda-feira (21), e nessa operação baleou, supostamente com projécteis letais “balas verdadeiras”, quatro cidadãos.

Duas das vítimas ficaram gravemente feridas. Uma mulher foi atingida na cabeça, e outro cidadão nos dois membros inferiores.

O médico da unidade hospitalar para onde foram levados os feridos contou que a mulher teve de ser submetida a uma operação. A bala fracturou-lhe o osso frontal da cabeça. Foi necessária uma limpeza da fractura para a retirada de fragmentos ósseos.

“Como consequência da mesma lesão, teve uma roptura traumática do globo ocular do olho direito e, praticamente, resultou em perda de visão”, disse, citado pela TV Sucesso.

No outro caso, envolvendo um homem, a bala atravessou-lhe o tornozelo da perna direita e se alojou no da perna esquerda.

A vítima contou que aquando dos disparos a população procurou refúgio na sua residência e foi quando uma bala o atingiu.

O Governo, através do seu porta-voz, Filimão Suaze, disse, na terça-feira, ser necessário averiguar se, durante os protestos, as balas letais foram disparadas pela polícia ou outros oportunistas.

Entretanto, a PRM em Tete confirmou as quatro ocorrências, e avançou que as suas acções não resultaram em óbitos.

Por outro lado, a corporação deteve 75 pessoas por perturbarem a ordem e segurança públicas nas estradas. “Almejamos que sejam tempestivamente responsabilizados”.