As promessas de reformas institucionais na administração pública e de diálogo multilateral visando a pacificação do país, defendidas pelo Presidente da República, Daniel Chapo, são fantochadas “para a imprensa registar”, segundo o seu principal opositor, Venâncio Mondlane.

Em entrevista à DW, o ex-candidato presidencial, criticou o facto de Chapo, que afianças reformas públicas, ter nomeado juízes conselheiros. Mondlane, questiona se de facto se pretende ‘desmamentar’ as instituições do Estado dos braços da Frelimo.

“Veja os primeiros actos presidências [de Daniel Chapo], são um desastre completo. Como é que foi nomear, agora, juízes conselheiros do Tribunal Administrativo? Está aqui um exemplo típico de que não vai mudar absolutamente nada. Não haverá reformas nenhumas. É mais do mesmo” disse.

Quando questionado sobre se o diálogo que se diz estar a ser promovido para ultrapassar a actual crise social, Mondlane mostrou seu cepticismo, afirmando tratar-se de “fachada para a mídia”.

 “Nem sei se ele está disposto para o tal diálogo. As palavras que ele [Daniel Chapo] utiliza quando fala de diálogo são de uma hipocrisia suprema… Nota-se até na linguagem corporal que é tudo fachada, é um eufemismo para a imprensa registar  a sua disposição para o diálogo” vincou.

Ademais, Mondlane disse ainda não ter havido passos concretos para haver um diálogo entre si e Daniel Chapo, e que jamais escondeu os temas de discussão.

Neste sentido, Mondlane diz não perspectivar a formação de um Governo inclusivo, tal como promete Chapo.

“Não vejo nada disso. A Frelimo continua arrogante e não se ela vai deixar de ser. Não tirou nenhuma lição disto [protestos pós-eleitorais], ficou mais radicalizada e violenta ao nível esquizofrénico” classificou.