Existem indícios de que o projecto sustenta não seja funcional como se tem propalado e que, ainda assim, os seus beneficiários pertencem ao partido Frelimo. Conforme escreve o jornal Evidências, citando um relatório do Observatório do Meio Rural (OMR), “o SUSTENTA não é funcional porque não responde aos actuais desafios da agricultura no país.”

Por outro lado, o mesmo projecto beneficia cerca de 90% de supostos agricultores filiados ao partido Frelimo, de maneiras que a distribuição das benesses serve para comprar a sua lealdade. Esta informação, que constará do relatório, corrobora com um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) de Junho de 2021 – visto hoje pelo MZNews –, que revela uma tendência de selecção de membros associados ao partido no poder para beneficiarem do projecto, refere o jornal.

Os principais entraves para o sucesso do projecto são a mecanização deficitária, devido a falta de experiência dos operadores, e fraca produtividade das sementes disponibilizadas.

Além disso, “o processo de selecção dos produtores é uma componente muito forte, visto que não é na base de experiência, mas sim alinhamentos institucionais ou político partidário condicionando a sustentabilidade do próprio projecto”, segundo o pesquisador do OMR, Nelson Capaina, citado pelo jornal. “Pequenos produtores que não estavam integrados no programa não eram da Frelimo”, lê-se.

Apesar disto, e do risco que o programa Sustenta constitui por ser financiado maioritariamente por doadores, tem o mérito de fomentar a emergência de um grupo de produtores.