Os professores da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM), na cidade de Maputo, iniciaram, hoje, uma greve de dois dias, entre 27 e 28 deste mês, para reivindicar melhores condições laborais desiguais há mais de duas décadas.
Os protestos pela “equidade” já tinham sido anunciados há cerca de uma semana. São protestos coordenados entre as escolas portuguesas no estrangeiro que, também pelos mesmos motivos, observam dias de greve.
“Esta greve não é apenas da EPM, mas de todas as EPM existentes no estrangeiro. Está a acontecer em simultâneo em Moçambique, Luanda (Angola) e Dili (Timor Leste)” disse Antero Ribeiro, professor e representante do grupo de 22 professores contestatários da EPM.
Em vídeo a que tivemos acesso, os professores, trajados de camisetas pretas, com dizeres como “esquecidos, ignorados e desvalorizados”, lamentam as desigualdades e descriminação estruturais vividas na EPM.
Entrevistado pelo MZNews, um professor revelou que existem ‘filhos e enteados’ na classe, havendo quem receba até o dobro dos salários dos seus pares na mesma categoria.
A fonte disse que as promessas do Governo português de resolver as suas inquietações ainda não foram resolvidas, e o grupo teme as incertezas políticas de Portugal, a considerar que o actual Executivo vai cessar funções em breve.
Os professores reconhecem que a Direcção da EPM faz o seu trabalho de atender e reportar as suas preocupações, “mas até onde pode”. Na verdade, é ao nível das leis que se devem mudar a uniformizar as condições dos professores portugueses.
“A Direcção da Escola está limitada. Não há nenhum documento legal que diga as condições dos professores portugueses no estrangeiro. Estamos num vazio legal, neste momento” disse Ribeiro, apontando dos Ministérios portugueses da Educação, da Administração Pública e das Finanças como os possíveis vectores de solução para os problemas.
Deixe uma resposta