O Presidente da República de Portugal (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que o país tem condições para atender a totalidade das revindicações dos professores portugueses no estrangeiro.

O PR alertou, entretanto, que o atendimento das reclamações está vinculado à boa vontade do actual Governo, que mesmo sendo de gestão, tem condições para o fazê-lo.

A informação foi avançada por via de uma mensagem de vídeo enviada aos professores em Moçambique, por ocasião da celebração dos 25 anos da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM), no segundo dia de greve (sexta-feira, 28). 

O posicionamento favorável de Marcelo coloca em questão as declarações do Ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. Em Dili (Macau), o Ministro afirmou estar limitado por estar a funcionar agora um Governo de Gestão.

E, sem ser o contrário, o representante dos professores na EPM, Antero Ribeiro, que já tinha falado ao MZNews, em novas declarações, mostrou-se apologista à visão do Presidente da República.

“Esta questão [de Governo de Gestão] deixa de se colocar porque a autoridade máxima de Portugal, o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, que é constitucionalista de formação, diz que é possível. Portanto, se o Sr. Presidente da República diz que é possível, não é, certamente, esse motivo [Governo de Gestão] que impedirá a resolução desta questão. Cabe agora ao Governo cumprir aquilo que foi prometido, no intervalo temporal que lhe resta em funções” disse.

Entre 27 e 28 de Março, os professores nas Escolas Portuguesas de Moçambique, Angola, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe interromperam as suas actividades diárias para protestar contra as desigualdades entre professores em Portugal e no estrangeiro, bem assim, nas escolas no estrangeiro.

Os professore exigem que questões como os salários, descontos para a segurança social, seguros de saúde e viagens sejam abonadas por Decreto-Lei, antes da formação de um novo Governo.  

O MZNews sabe que os professore nas EPE vão retomar o posicionamento nos caris das reivindicações logo a seguir à pausa para celebração da Páscoa.

“Os professores das EPE não cessarão a sua luta, até que a questão seja efectivamente resolvida, e retomaremos as nossas acções de luta muito em breve se não houver resoluções concretas sobre a questão da equidade para todos os professores portugueses a leccionar nas EPE” adiantou.

Para já, Antero Ribeiro faz um, balanço positivo dos dois dias de greve em Moçambique na medida em que se dirigiram ao consulado de Portugal em Maputo, mantiveram um encontro com o embaixador de Portugal no país, e os alunos, pais e encarregados de educação se mostraram solidários com a causa dos professores.