Uma tempestade tropical que se pode transformar num ciclone deverá atingir o norte e centro de Moçambique a partir de terça-feira, com ventos fortes e inundações que podem afetar entre 25 e 300 mil pessoas, anunciou a Cruz Vermelha.
“Um ciclone deve atingir a região norte de Moçambique nesta segunda-feira, informou a Federação Internacional da Cruz Vermelha, num plano de emergência publicado na sexta-feira, baseada em previsões com 60% de fiabilidade, que é citado pela Lusa.
O País atravessa a época chuvosa e ciclónica, que acontece anualmente entre outubro e abril, e que costuma levar tempestades e ciclones do oceano Índico contra a costa leste da África Austral.
Espera-se chuvas torrenciais e ventos fortes, que podem atingir 166 quilómetros por hora no pior dos cenários, nas províncias de Sofala, Nampula e Zambézia, onde vive cerca de metade dos 30 milhões de habitantes do país.
Segundo informações avançadas pela Lusa, a Cruz Vermelha prevê que pelo menos 25.000 pessoas sejam afetadas, mas se as piores previsões se concretizarem o número pode chegar a 300.000.
O plano da organização humanitária antevê destruição de várias infraestruturas e casas (a maioria são de construção precária), perda de produção agrícola com agravamento da insegurança alimentar, falta de água potável e risco acrescido de doenças relacionadas com águas estagnadas, como cólera e malária.
O impacto deverá intensificar a deslocação interna de habitantes de zonas rurais para espaços urbanos onde já há falta de habitações dignas e onde a pandemia de covid-19 tem dificultado encontrar trabalho.
A operação da Cruz Vermelha vai incidir em “medidas de preparação nas regiões de Sofala, Nampula e Zambézia, conforme a trajetória da tempestade ou ciclone se forme nas próximas 48 horas”, lê-se no documento, segundo o qual há 880 voluntários prontos para entrar em ação.
Parte vai fazer um levantamento logo após o primeiro impacto da tempestade, outra está já a colocar antecipadamente materiais de ajuda e equipamento em diversos locais, bem como a preparar centros de acolhimento.
Fonte Lusa