Partidos parlamentares portugueses criticam a participação de Portugal nas cerimónias oficiais de tomada de posse, amanhã, de Daniel Chapo como o V Presidente da República de Moçambique.
Após uma aprovação de uma recomendação do parlamento português para o país não tomar parte da cerimónia em Moçambique, Portugal decidiu enviar o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
A Iniciativa Liberal (IL) e o Bloco de Esquerda (BE) entendem que a presença de Rangel vai demonstrar que Portugal compactua com os resultados eleitorais fraudulentos das eleições gerais de 9 de Outubro de 2024 em Moçambique.
Aqueles partidos opõem-se à presença de Rangel na cerimónia e o Chega, embora não rejeite a ida de Rangel, também pede que Portugal não reconheça os resultados eleitorais.
“Como é possível que um representante do Governo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, que é também ministro do Estado, a segunda figura política [do executivo], vá representar Portugal num acto que constitui um reconhecimento que recebeu recomendação para não fazer?”, questionou Rui Rocha, presidente da IL, escreve o Público, notando que se pode estar numa situação de “conflito institucional”. Ele vincou ainda que o posicionamento de Portugal significa “uma validação dos resultados eleitorais fraudulentos”.
Posição semelhante teve o Bloco de Esquerda, que votou a favor da iniciativa da IL. Por seu lado, Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, considerou que Portugal “não se devia fazer representar num acto de co-legitimação de um chefe de Estado que reconhecidamente foi adquirido num processo eleitoral irregular”.
O Presidente do Chega, André Ventura diz que o novo chefe de Estado não deve ser reconhecido até estarem apuradas as circunstâncias das eleições.
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